Este blog destina-se a ser uma fonte de pesquisa na disciplina de História, bem como indicar artigos, filmes, livros e outros aos interessados.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Mitologia

 

Introdução

O mito normalmente trata-se de uma narrativa descritiva que se utiliza de uma linguagem simbólica e destina-se a explicar, de forma sobrenatural, a origem de uma cultura, seus elementos primordiais, sua história e outros. É ainda a experiência de tranqüilizar ao homem perante os perigos de uma natureza que lhe foge ao controle, de explicar aquilo que desconhece. É a tentativa de conceder a uma cultura ou povo uma história, de explicar a sua procedência.

O Mito nas Diversas Culturas

clip_image003

clip_image001

A mitologia grega, talvez a mais conhecida, assim como a romana, corresponde a séries de narrativas, lendas e relatos que explicam diversos aspectos da cultura, crenças e vida na Antiguidade. É composta pelas histórias de deuses, semi-deuses, heróis e outros que retratam os ideais gregos e influenciaram as mais diversas correntes de pensamento e ciências. Este fato é notório se atentarmos aos nomes dos corpos celestes na Astronomia ou mesmo certos tipos de comportamentos observados na Psicologia (como o Complexo de Electra), por exemplo.

Fato é que a religiosidade era parte bastante importante da vida do grego em suas polis. Sua religião politeísta possuía grande riqueza de eventos, caracterizando –se por um sem número de divindades, maiores ou menores, mais ou menos importantes. De acordo com o site Cultura Brasileira:

Os fenômenos da natureza, entre os gregos, às vezes eram divindades, como a Noite, outras vezes estavam estreitamente ligados aos deuses. O relâmpago, por exemplo, era resultado da ação de Zeus, e por isso os lugares atingidos pelos raios eram considerados sagrados, diferenciados dos outros lugares em que não havia manifestação dos deuses, os lugares comuns, ou profanos. Os gregos acreditavam que a água causava os tremores de terra e, como tudo o que se relacionava à água era relativo a Posêidon, então o deus do mar era chamado sacudidos de terra.

As almas dos antepassados também eram cultuadas pelas famílias, através de uma série de rituais que ficavam a cargo das mulheres.

Havia ainda os seres imortais, com poderes extraordinários e considerados deuses; alguns eram originários de tradições de outros povos. Deméter, por exemplo, deusa da terra, se assemelhava às antigas deusas da fertilidade, comuns no período Neolítico; Afrodite, deusa do amor, seria uma deusa da tradição mesopotâmica, Astarté; Dioniso e Hefesto teriam vindo do Oriente, da Índia.

Retirado de: http://www.culturabrasil.pro.br/mitologianagrecia.htm.

Acesso em: 23.Ago.2010.

É importante que se ressalte que o mito não é exclusividade das culturas grega e romana. Na realidade, praticamente em todas as sociedades o mito é encontrado de uma forma ou de outra, apresentando semelhanças e singularidades. Todavia, a crença grega não envolvia revelações espirituais ou ensinamentos religiosos, mas sim, colocava seus deuses em igualdade ao ser humano, conferindo, de certa forma, uma qualidade também divina ao humano – e vice-versa. Assim, conferia aos deuses sentimentos, atitudes e emoções humanas – ódio, amor, alegria, traição, ciúmes.

Desta forma, podemos encontrar várias paridades entre as diversas culturas, entre deuses e mitos. Encontraremos um local destinado aos deuses, sua pátria e lar, seja com o nome de Olimpo ou Asgard, ou ainda a perfeição paradisíaca do Éden ou do Nirvana. É simples imaginar que determinados elementos estão presentes em todas as sociedades: a morte, o nascimento, a guerra, entre outros e, muito além de qualquer elucidação metafísica atual, ganham uma caráter divino mediante a explicação de tais fenômenos sob uma ótica desprovida da ciência e da razão. É, pois, a forma mais simples de controle da natureza e explicação das multi-facetas do ser humano.

Atentemos para a seguinte tabela de analogias:

Divindade

Mitologia Romana

Mitologia

Grega

Mitologia Iorubá

Mitologia Nórdica

Mitologia Egípcia

Deus da Guerra

Marte

Ares

Ogum

Tyr

Seth

Deusa do Amor

Vênus

Afrodite

Oxum

Sjöfn/Lofn

Háthor

Deus do Trovão

Júpiter

Zeus

Xangô

Thor

Reshpu

Deus(a) do Mar

Netuno

Posseidon

Yemanjá

Adgir

Anuket

Deus da Mentira

Mercúrio

Hermes

Exu

Lóki

Seth

Deus(a) da Justiça

Minerva

Athena

Xangô

Forseti

Maat

Deus dos Ofícios e Artesãos

Vulcano

Hefaistos

Ogum

Ullr

Ptah/Sokar

Deus(a) da Noite

Tanith

Nyx

Oxóssi

Nótt

Aah/Iah

Deusa da Fertilidade

Ceres

Deméter

Oxum

Ostern

Tuéris

Deus(a) da Morte

Plutão

Hades

Obaluaê

Freya

Anúbis

Deus(a) do Sol

Febo

Apolo

Oxaguiã

Sunna

Aton

clip_image005

Observando os aspectos abordados na tabela acima, podemos chegar à conclusão da determinação do homem em conceder aos aspectos de sua vida uma possível explicação. Ainda, que os exemplos sejam suscintos, teríamos uma infinidade de outros modelos que poderiam ser utilizados em comparação:

  • A deusa malásia Luminu-Ut, a grega Hera, a egípcia Ísis, a síria Adugata, a asteca Vitzliputzli – todas deusas supremas de suas respectivas culturas.
  • Os deuses criadores: Quetazalcoatl (astecas), Urano (Grécia), o Brahma (Índia), Tupã (indígenas Tupi-Guaranis), Assur (Assírios), Virachocha (incas), etc.
  • Os temíveis deuses da morte ou do mundo dos mortos: Chalmecacihuilt (astecas), a Kali (hindu), Koljo (fino-húngaro), etc.
  • clip_image006Os deuses do raios e tempestades: Iansã (ioruba) e Perunu (eslava).
  • Os deuses da cura: Omolu (iorubá) e Abbuto (japonês).
  • Entre outros mais.

Desta maneira, observamos a clara semelhança entre povos que sequer possuíam contato entre si, mas que partilhavam de certos aspectos, comuns a vida humana. E não apenas no que se refere a Antiguidade ou a tempos tão remotos. O homem sempre se utilizou de seus mitos para elaborar sua visão de Mundo, e visto desta forma, os dias de hoje não são diferentes. Utilizando da tabela acima, podemos observar analogias mais próximas dos dias atuais:

Divindade

Igreja Católica

Angelologia

Deus da Guerra

Santa Joana D’Arc

Mikhael

Deusa do Amor

Santo Antonio

Jeliel

Deus do Trovão

Santa Bárbara

Uriel

Deus(a) do Mar

Bom Jesus dos Navegantes

Rahab

Deus da Mentira

Diabo

Qualquer anjo contrário

Deus(a) da Justiça

Santo Ivo

Mebhael

Deus dos Ofícios e Artesãos

São Lucas

Imamaiah

Deus(a) da Noite

Diabo

Jeliel

Deusa da Fertilidade

Santa Sarah

Gabriel

Deus(a) da Morte

São José

Mikhael

Deus(a) do Sol

Santa Clara

Schachlil

Ainda seguindo por esta mesma linha, podemos citar o artigo do blog “Magias Ciganas”, de Marcis Najjara, a respeito da atuação dos ciganos espirituais:

Cigano Artémio

Cigano da origem egípcia e protege os que trabalham com oráculos em geral, impedido que esses ledores de sina se deixem abater pela inveja, ingratidão e pelo desgaste de energia, faz imantações de objetos devocíonais. Gosta de ouvir boas musicas e conversar . gosta de fazer seu jogo no chão e prediz futuro com seu maravilhoso tarô, por vez sério, por vez rindo.


SUA PRINCIPAL MAGIA


É ler as cartas de seu tarô a vida dos seus clientes.
Por ser orador nato, Artémio trás inúmeras mensagens para as pessoas. Como andou pelo mundo, conhece vários tipos de magias, que ensinam os que podem aprender.
Conhecido pelo nome de Cigano dos Chapéus, por utilizar vários tipos deles , e nunca aparece com a cabeça descoberta por respeito a SantaSara.


Cigano Wlademir


Cigano do mundo, protetor do trabalho, consola e ajuda os que estão a procura de trabalho. Cigano que primeiramente da valor ao seu trabalho em segundo a sua definição mulher, mulher, mulher, e depois musicas e comidas boas e fartas.
Responsável. Falante e guerreiro. Ajuda todos que procuram trabalhar e crescer no lugar.


Cigano Manolo


De origem Italiana, viajou pelo mundo os lugares que mais ficou foi Ásia e Turquia . é um velho Barô, detém a magia das palavras. Gosta de cores fortes, agarra numa conversa como ninguém , e dá ao seus protegidos o dom de convencer, o dom oratória. Atende a todos os clientes conversando e, devido a sua própria capacidade analítica, consegue mostrar os prós e os contras de cada questão. Poucos consegue enganar Manolo , ele aconselha com justiça e força.
Em clãs e tsaras, sua presença no kris (conselho) espiritual é indisponível , pois sempre cabe a ele a decisão (sempre acertada) . não tem medo de desagradar, compreende a alma humana, não guarda rancor, ajuda a todos com a magias feitas pelas a ciganas que estão sob seu comando. Estas são responsabilizadas quando algo não dá certo, pois para fazer parte do clã de Manolo, é preciso conhecer magias e fazê-las com destreza.
Cigano Sandro


Cigano de origem sul-americana viveu em Córdoba ( na Argentina). Gosta de dançar, aprecia bebidas fortes em cores berrantes.
O cigano Sandro é grande astrólogo através do Zodíaco, atende as pessoas e ajuda a cada um tomar decisões importante com discernimento e consciência. Atende principalmente os que ele chama “ os marginalizados da noite” que sofrem por AMOR, dançarinos, rufiões, lumiascas ( prostitutas) , músicos etc. porque Sandro foi um dançarino e, por causa dos preconceitos perdeu seu grande AMOR..(...)


SUA MAGIA


Quando entra na aura dos seus protegidos, não permite que eles bebam álcool, dizendo que foi isto que o matou. Sandro atende seus clientes a noite. Seus protegidos são procurados por pessoas desconhecida e que lhe contam seus problemas na primeira vez que os encontram. Graças a atuação energética de Sandro, dão conselhos e ajudam de diversas formas, e se imantam naturalmente, só precisando de algumas horas de repouso.


Retirado de:

http://ciganas-magias-encantos.blogspot.com/2007/10/espiritos-ciganos-cigano-artmio-cigano.html.

Acesso em: 23.Ago.2010.

clip_image008

clip_image007

Assim, percebe-se que a mesma forma de reflexão que o homem grego, romano, inca, asteca ou outro que o valha, fruto de um passado mais ou menos remoto, é praticada pelo homem atual. Existe, da mesma forma, um relato ou narrativa associado e um padrão é imputado à divindade (a exemplo do cigano Artémio que, em tese, foi um cigano experiente e deve ser procurado em busca de bons conselhos). E os rituais também se fazem presentes enquanto percebe-se, a oferta de algo (não ingerir álcool no caso do cigano Sandro ou dedicar velas ao santo padroeiro, por exemplo), em troca de receber um benefício qualquer. É ainda o sacrifício para se agradar a divindade, ao divino.

Ainda se pode destacar que o papel de protetor que a divindade estabelece ao seu devoto. Ou seja, a segurança que esta deidade oferece, através de seu padrão comportamental humano, ao homem. Além disso, a atitude do deus é sumariamente previsível enquanto demonstra seu caráter humano.

Na mesma medida em que as crenças gregas se propagaram pelo Império Romano, observa-se que as idéias baseadas na fé também ganharam o mesmo destino em outras culturas. A mescla e adaptação passaram a atender as necessidades do homem. Vejamos o texto de Aníbal Fernandes (2002), retirado do blog Archaeology News:

A principal razão da persistência do culto de Osíris no Egito foi, provavelmente, ele prometer a ressurreição e a vida eterna aos fiéis. Mesmo depois de haver abraçado o cristianismo, os egípcios, continuaram a mumificar os seus mortos e a misturar os atributos de Osíris aos de Cristo e as estátuas de Ísis, amamentando seu filho Horo, são o protótipo da Virgem Maria e seu Filho. 

Retirado de:

http://archaeologynews.multiply.com/journal/item/61

Acesso em 23.Ago.2010.

Na mesma instância podemos comparar atualmente, os mitos contemporâneos mesclados com idéias anteriores de crenças. Um exemplo bastante claro são as religiões afro-brasileiras que mantém como divindades principais os orixás, assim como foi anteriormente com os próprios africanos. Cada um destes orixás era cultuados em regiões diferentes e apenas ganharam um espaço comum religioso dentro das próprias religiões afro-brasileiras.

clip_image010

Assim, em um terreiro de Candomblé cultua-se a Oxum, cultuada na região que leva seu nome e igualmente a Obaluaê, proveniente de Empé. E seguindo nesta mesma linha de raciocínio, ainda teríamos a Umbanda que fundida a rituais católicos romanos e doutrinas oriundas do Kardecismo, cultua aos mesmos orixás, mas de forma bastante diversa. Desenvolve-se o sincretismo entre todas estas crenças, de modo a acolher a demanda religiosa do homem.

Da mesma forma, deparamo-nos hoje em dia com horóscopos diversos (dos anjos, dos orixás, egípcio, cigano, etc), métodos adivinhatórios diversos (tarô, runas, etc.) que nada mais são que desdobramentos da idéia principal religiosa. Acabam por cumprir o mesmo papel do oráculo da Antiguidade, por exemplo.

Apesar disso, há uma aparente descentralização atual das religiões. Ou seja, cada uma destas crenças possui (ou não, em alguns casos) uma sede, um centro estabelecido próprio de seu poder. Assim, temos os católicos com seu poder central no Vaticano, os umbandistas em seu supremo órgão, etc. Os gregos, diferentemente, professavam uma religião semelhante, apesar de pertencerem a diferentes polis. Portanto, buscavam os centros de poder de sua religiosidade, a exemplo do Santuário de Delfos, a fim de praticar sua fé. Uniam-se ainda em rituais, como nas festas Pan-Helênicas.

Referências

Ilustração 1. Electra. Disponível em:

http://static.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/03/electra.jpg

Acesso em: 23.Ago.2010.

Ilustração 2. Vitzliputzli. Disponível em:

http://www.aztecs.org.uk/images/Key-554_popupAHOHYA.jpg

Acesso em: 23.Ago.2010.

Ilustração 3. Anúbis. Disponível em:

http://www.historianet.com.br/imagens/religiaoegito_anubis.jpg

Acesso em: 23.Ago.2010.

Ilustração 4. Oxum. Disponível em:

http://3.bp.blogspot.com/_E0zbnTWTQQ8/SecCeBflnYI/AAAAAAAAADQ/Lcy37URRVyk/s320/oxum.jpg

Acesso em: 23.Ago.2010.

Mitologia na Grécia. Disponível em:

http://www.culturabrasil.pro.br/mitologianagrecia.htm

Acesso em: 23.Ago.2010.

Deuses Egípcios. Disponível em:

http://www.mitologiaegipcia.templodeapolo.net/deuses.asp#2

Acesso em: 23.Ago.2010.

Mitologia Nórdica. Disponível em:

http://distante.no.sapo.pt/mitnpd.htm

Acesso em: 23.Ago.2010.

Mitologia Africana. Disponível em:

http://www.astrumargentum.org/arquivos/ht/apendice_orixas_desc.htm

Acesso em: 23.Ago.2010.

Mythos. Disponível em:

http://mithos.cys.com.br/

Acesso em: 23.Ago.2010.

Deuses Maias. Disponível em:

http://mundoestranho.abril.com.br/cultura/pergunta_407194.shtml

Acesso em: 23.Ago.2010.

Incas. Disponível em:

http://www.suapesquisa.com/pesquisa/cultura_inca.htm

Acesso em: 23.Ago.2010.

Anjos. Disponível em:

www.claudiabcunhanumerologia.com.br/%3Fpage_id%3D15+anjo+cabalistico+do+amor&cd=5&hlpt-BR&ct=clnk&gl=br

Acesso em: 23.Ago.2010.

Anjos. Disponível em:

http://www.nova-lis.com/index.php?option=com_content&view=article&id=213:anjos-associados-com-os-elementos&catid=34:astrologia-e-misticismo&Itemid=297

Acesso em: 23.Ago.2010.

Religião no Egito Antigo. Disponível em:

http://archaeologynews.multiply.com/journal/item/61

Acesso em: 23.Ago.2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário