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terça-feira, 23 de outubro de 2012

As Cruzadas e A Consolidação do Poder da Igreja

 

Os estudiosos e historiadores não possuem um consenso no tangente aos motivos que levaram às Cruzadas. Existem alguns parâmetros, no entanto, que podem ser levados em consideração na compreensão destas. Um dos pontos a ser sublinhado era a imagem generalizada que se possuía dos muçulmanos na Europa no medievo: adversários religiosos e econômicos.

clip_image003 A idéia, porém, de guerra justa surgiu anteriormente às Cruzadas, com Constantino. A necessidade da guerra era pontuada pela vontade divina e a Igreja legitimava desta maneira os conflitos. Assim, surge com o papa Urbano II a idéia da peregrinação armada em prol da libertação dos oprimidos cristãos do Oriente, associando à idéia supra-citada do inimigo muçulmano. A adesão às Cruzadas, contudo, evidencia o papel central na sociedade medieval.

Esta posição de importância da Igreja consolidou-se gradualmente e através de inúmeros fatores que foram determinantes para seu fortalecimento. Entre estes destacam-se as tendências inovadoras e diferenciadas da ordem cluniacense e da própria Abadia de Cluny. Esta abadia, cujo modo de vida reformado foi modelo para outros monastérios, renunciou a propriedade, colocando-se apenas sob o julgo do poder papal, sem a interferência da aristocracia laica.

Outro aspecto importante para a consolidação do poder da Igreja foram os movimentos conciliares compreendidos entre 989 e 1020, sendo conhecidos pela Historiografia como a Paz de Deus. Estes concílios de paz, inversamente do que se pode pensar, colocavam a incumbência pacificadora aos aristocratas e reis, mesmo que existisse a necessidade do uso da força. Desta forma, a Igreja intervinha nos conflitos e batalhas necessários a cumprir a vontade de Deus, sacralizando, assim, a determinadas guerras.

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A querela das investiduras resolvida na Concordata de Worms, porém, foi marcante para a separação da investidura laica e eclesiástica. Criou assim um padrão separatista e regulamentado que afastava ainda mais a influência dos aristocratas na Igreja e que culminariam com a reforma estabelecida com o papa Gregório VII. Esta reforma colocou, assim, o papa possuindo apenas como superior ao próprio Deus, respeitando unicamente ao poder d’Ele. Era, desta forma, a libertação da aristocracia por parte da Igreja. Além disso, colocou finalmente a idéia de celibato como exigência aos clérigos, o combate à simonia, a necessidade de moralização eclesiástica e da sociedade e, por fim, a já citada sacralização dos conflitos armados, a exemplo da próprias cruzadas.

Mesmo os movimentos de resistência de origem laica foram considerados, por muitas vezes, heréticos e combatidos ardorosamente (e violentamente), como por exemplo, a Heresia Valdense e a Heresia Cátara. Outros movimentos laicos, porém, como os Dominicanos e Franciscanos, dada a sua popularidade, foram prontamente incorporados a Igreja. Assim, denota-se que estes últimos, por serem apoiados pela massa popular, favoreceram a construção de uma Igreja escorada em sua notoriedade.

As Cruzadas

Cruzada Popular ou dos Mendigos (1096)
Primeira Cruzada (1096-1099)
Segunda Cruzada (1147-1149)

Cruzada dos Reis (1189-1192)
Quarta Cruzada (1202-1204)

Cruzada Albigense ou Cruzada contra os Cátaros (1209 e 1244)
Cruzada das Crianças (1212)
Quinta Cruzada (1217-1221)
Sexta Cruzada (1228-1229)
Sétima Cruzada (1248-1250)
Oitava Cruzada (1270)

A Terceira Cruzada

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Esta cruzada, realizada entre os anos de 1189 e 1192, teve como seus principais condutores o rei da França, Filipe Augusto, o rei da Inglaterra, Ricardo I (ou o famoso Ricardo Coração de Leão) e imperador do Sacro Império Romano-Germânico Frederico Barba Ruiva (também conhecido por Barbarossa ou Barba Roxa). Também é conhecida pelo nome da Cruzada dos Reis, tendo sido convocada pelo Papa Gregório VIII. Apesar de sua aparente importância, a terceira cruzada, porém, revelou-se um fracasso retumbante em seus objetivos principais.

A meta desta cruzada visava estabelecer o domínio europeu, assim como construir e definir a sua supremacia. Além disso, visava a conquista de Jerusalém. Foi marcada, no entanto, por uma mudança de relações entre cristãos e muçulmanos.

Esta cruzada foi iniciada pela investida de Frederico Barba Ruiva que, seguiu por terra, margeando o Danúbio, conquistando Konya em seu percurso. Com a morte de Frederico, boa parte dos cruzados germânicos abandonou a empreitada, sendo que poucos seguiram até São João de Acre, junto a Frederico da Suábia, seu filho.

Em 1190, Ricardo Coração de Leão e Filipe Augusto iniciaram sua expedição pela Sicília, saqueando cidades e partiram posteriormente para o avanço marítimo. Com a chegada dos britânicos ao Acre, conseguiram a retomada da região. Neste meio tempo, o monarca francês abandonou a cruzada, devido a sérios problemas de saúde, sob a promessa de não investir nenhuma ataque às terras de Ricardo I.

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Com um número bastante reduzido de soldados, dada a ausência dos franceses e grande parte dos germânicos, e mesmo tendo vencido em Arsuf e Jaffa a Saladino, Ricardo I não podia mais avançar. Um acordo com os sarracenos foi a solução para o impasse. Neste tratado se estabelecia que Jerusalém permaneceria sob o julgo dos muçulmanos, todavia, estaria aberta à entrada dos peregrinos cristãos, desde que desarmados e apenas por dez anos. A faixa compreendida entre Tiro e Jafa foi mantida pelos cruzados, fato este que, levaria a consolidação dos estados cristãos do Oriente.

Quanto a Ricardo I e Saladino, ganharam prestígio e foram aclamados entre cristãos e muçulmanos, ainda que o irmão do primeiro, João, tenha se apossado do trono em sua ausência, auxiliado por Filipe Augusto.

Referências

Reforma Gregoriana.

Disponível em: http://www.infoescola.com/historia/reforma-gregoriana/

Acesso em: 13.Out.2010

A Terceira Cruzada.

Disponível em: http://www.infoescola.com/historia/terceira-cruzada/

Acesso em: 13.Out.2010

As Oito Cruzadas.

Disponível em: http://www.colegioweb.com.br/historia/as-oito-cruzadas-.html

Acesso em: 13.Out.2010

Cruzadas.

Disponível em: http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u15.jhtm

Acesso em: 13.Out.2010

A Terceira Cruzada.

Disponível em: http://www.arqnet.pt/portal/universal/cruzadas/cruzada04.html

Acesso em: 13.Out.2010

Imagens

Abadia de Cluny.

Disponível em: http://www.primeroscristianos.com/images/catequesis/abadia_cluny.jpg

Acesso em: 13.Out.2010

Cátaros expulsos pelos cruzados.

Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/_L-aIG-7AW7I/SKBQ_Rnb0AI/AAAAAAAABdg/BY1glAID0Yo/s400/Imoralissimos+c%C3%A1taros+expulsos+pelos+Cruzados.+As+Cruzadas.jpg

Acesso em: 13.Out.2010

Mapa da Terceira Cruzada.

Disponível em: http://www.infoescola.com/files/2010/02/terceira-cruzada-550x248.jpg

Acesso em: 13.Out.2010

Frederico Barba Ruiva.

Disponível em:

http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/9/9a/Federico_Barbarossa.png/220px-Federico_Barbarossa.png

Acesso em: 13.Out.2010

Ricardo I.

Disponível em:

http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:4ccjJxdjs0BnwM:http://img.photobucket.com/albums/v352/hassepaixao/saladinoericardo.jpg&t=1

Acesso em: 13.Out.2010

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