Introdução
A grande civilização asteca, segundo estudiosos, crê-se que tenha se formado através da migração, iniciada por volta do século 12, de tribos anteriormente dominadas pelos tecpanecas. Abandonaram a condição de subjugados para assumirem-se gradativamente como um dos povos de maior esplendor entre os mesoamericanos.
Chamados anteriormente por “mexicas”, tiveram seu passado transformado em lenda por seu governante Itzcoatl que, em 1430 ordenou que se queimassem todos os livros que fizessem referência ao seu passado. Criou, assim, um passado glorioso e heróico para o povo que fundou Tenochtitlán.
Os Astecas
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Os astecas, anteriormente chamados de ‘mexicas”, possuem uma origem ainda incerta. Alguns estudiosos afirmam que tenham partido da região norte do vale do Anahuac (atualmente o Vale do México), outros acreditam que eram oriundos do sudoeste dos Estados Unidos e putros, ainda, acreditam que Aztlán não passe de um local mítico. Todavia, crê-se quase em consenso que tenham chegado até a região de Anahuac após longa e árdua peregrinação, instalando-se nas ilhas a oeste do Lago Texcoco.
Assombrados com as construções remanescentes de Teotihuacán, especialmente a Pirâmide do Sol, vincularam ao divino sua origem. A região pantanosa e de terras úmidas de Ananhuac não favorecia a construção de grandes obras que, intencionalmente, espelhassem o passado de Teotihuacán. Assim, dada a necessidade, desenvolveram um avançado sistema arquitetônico que permitisse tais edificações, fazendo da civilização asteca caracterizada por ser uma sociedade construtora. Desta forma, Teotihuacán era composta por palácios, monumentos, pontes, passeios, mercados e outros tipos de edificações bastante elaboradas e ricamente decoradas com baixos relevos, molduras de cal entre tetos e paredes, entre outros.
Um outro aspecto da sofisticada construção asteca é a construção do sistema de fornecimento de água de outras regiões, já que a água do Texcoco era inapropriada para o consumo. Quanto às regiões de plantio, utilizaram-se das chinampas e de canais de irrigação, superando os obstáculos apresentados pela região.
A agricultura, a exemplo de outros povos, era a base de sua economia, destacando-se o cultivo de milho, cacau, feijão e abóbora, bem como o uso de técnicas como a coivara. O comércio, porém, ocupava também um papel de relevância. Praticavam o escambo, bem como empregavam as sementes de cacau como moeda de troca. E, em tempo, a estes comerciantes ligavam-se artesãos que produziam jóias, peças em ouro e plumas, entre outros.
Quanto à sua organização social, no topo de sua pirâmide social, estava o Huey Tlatoani (“aquele que comanda”), auxiliado pelo Cinacoatl, que atuava como uma espécie de “vice-imperador”. A princípio, o Tlatoani era eleito por uma assembleia de guerreiros, mas posteriormente tal função passou a ser hereditária.
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Abaixo destes, posicionavam-se os nobres ou os pipiltins, ocupando cargos administrativos, religiosos ou militares. Geralmente, a alta carreira militar era bastante valorizada, sendo que, os que capturavam um maior número de inimigos recebiam inúmeros privilégios, além de prestígio na sociedade asteca. Quanto ao sacerdócio, eram grandemente valorizados os religiosos enquanto intérpretes da vontade divina, possuindo inúmeras riquezas, oriundas geralmente de presentes de nobres e mesmo do próprio Huey Tlatoani. Os funcionários públicos estavam isentos de impostos e recebiam desde cedo educação diferenciada, voltada à que ocupassem cargos administrativos.
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Abaixo destes estavam os artesãos e comerciantes. Normalmente, o ofício do artesão era transmitido de forma familiar, sendo que cada grupo possuía sua corporação, deus e bairro próprios. Assim como o ofício artesanal era passado de pai aos filhos, a função comercial também assim o era, sendo privilegiados aqueles que mais próximos estavam da nobreza.
Em seguida estavam os soldados “rasos” e os agricultores, que dificilmente conseguiam ascender socialmente. Os membros deste estrato social, especialmente agricultores e construtores - os macehualtin – organizavam-se em grupos conhecidos por “capulli”. Estes “capulli” eram geralmente compostos por indivíduos ligados por grau de parentesco, dividindo as tarefas entre si, como por exemplo, o cultivo da terra. E, na base desta pirâmide estavam os escravos (ou tlatlacotin) – indivíduos que haviam contraído dívidas de jogo, deviam à justiça, que fossem espólio de guerra, etc. É importante salientar que o tlatlacotin não possuía a mesma concepção do escravo que servia ao europeu, possuindo um caráter temporário.
No tangente à sua religiosidade, o deus-Sol ocupava posição de destaque, assim como, esta possuía inúmeras referências contraídas de povos vizinhos. Assim, muitos deuses eram oriundos de outras sociedades ou mesmo adaptados à realidade asteca. Incluía deuses benfazejos e malfazejos que conviviam desprovidos da posterior moralidade cristã.
Era caracterizada, desta forma por ser politeísta e além disso, seu panteão era composto por deuses antropomórficos e zoomórficos. Muitas destas divindades eram representações de forças da natureza e seus eventos, assim como, animais e eram sinônimos de locais, cidades ou protetores de certas atividades profissionais.
Ainda que o Estado estivesse fortemente imbricado com a religiosidade, os sacerdotes astecas não eram figuras relacionadas à política. Trabalhavam, outrossim, na interpretação da vontade dos deuses ou mesmo como conselheiros sobre a mesma política, guerras, entre outros assuntos.
Ainda sobre os sacerdotes, explica o Portal São Francisco:
Os membros do clero pertenciam às classes superiores. Estudavam em suas próprias escolas, a escrita e a astrologia, além de praticarem a mortificação e os cantos rituais. Sua vida era de austeridade e permaneciam celibatários. Os dois sumos sacerdotes dependiam do rei. Este era inacessível - governava por intermédio de um delegado - e, segundo os espanhóis, era transportado em liteira porque seus pés não podiam pisar a terra. Os templos mantinham asilos e hospitais.
Os sacrifícios humanos eram relativamente comuns e constituíam uma peculiaridade que os diferenciava de povos como os incas, em que estes eram realizados em sazonalmente. Utilizavam-se, por vezes de prisioneiros de guerra, mas ocasionalmente, existiam voluntários para tal.
DEUSES ASTECAS | |
Anahuac | Deus da morte. |
Centeotl | Deus com chifre. |
Chalchiuhtlicue | Deusa da água, esposa de Tlaloc. |
Chicomecoati | "Sete serpentes", associado com o governo. |
Coatlicue | Mulher Serpente. Deusa da terra. |
Colibri Azul | Deus do sol, do reino Dia. |
Ethecatl | Deus do vento. |
Huitzilopochtli | Deus da guerra e tempestade. |
lxtlilton | Deus da medicina e cura. Irmão de Macuilxochitl. |
Macuilxochitl | Deus do bem-estar e da boa sorte. |
Metztli (ou Yohualticitl) | "Senhora da Noite": deusa da Lua. |
Mictlantecuhtle | "Senhor do Inferno" era o deus da morte e do reino da maldade e das sombras. Está representado nas pinturas como um monstro horrível com a boca enorme, onde caíam os espíritos da morte. Sua horrenda morada se conhecia como Tlalxicco (o umbigo da Terra). |
Nanahuatl (ou Nanauatzin) | Deus das enfermidades da pele, como a lepra. |
Omacatl | Deus da alegria e da diversão. Era venerado principalmente por aqueles que viviam bem e pelos ricos, que celebravam grandes festas e orgias. |
Ometochtli | Deus da bebida e embriaguez. |
Ometecutli | Sua esposa era Omeciuatl. Pai e mãe dos humanos. Os nomes significam "Senhores dos sexos". Eram representados pela água, terra, céu e fogo. |
Opochtli | Deus sagrado dos pescadores e caçadores de pássaros. |
Quetzalcoati | "Serpente-Plumada" deus da civilização e aprendizado, um dos mais significativos deuses dos astecas. Representava a força da natureza. |
Tepeyollotl | Deus dos movimentos sísmicos e terremotos. |
Tezcatlipoca | Deus da noite e da magia, deus supremo. Associado também com o destino dos homens e com a realeza. |
Tlaloc | Deus da chuva e da tempestade. Esposo de Chalchiuhtlicue. |
Tlazolteotl | Deus da imundice, comedor de porcaria. Erradicava o pecado humano. |
Tonatiuh | Sol, considerado como primeira fonte de vida. |
Tonantzin | A Terra, a "honorável avó". |
Xilonen | Jovem espiga-de-milho, associado com o governo. |
Xite Totec | Deus da primavera e do replantio. |
Xiuhtecuhtle | Deus do fogo. |
Xochiquetzal | Deus da sensualidade |
Xolotl | Deus do sacrifício humano. |
Yacatecutli | Deus dos viajantes da classe mercantil. |
E-Referências
Astecas
Disponível em:
http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u56.jhtm
Acesso em: 03.Mai.2011.
Arquitetura Asteca
Disponível em:
http://www.arquitetando.xpg.com.br/arquitetura%20asteca.htm
Acesso em: 03.Mai.2011.
Astecas - Economia, sociedade e política
Disponível em:
http://www.brasilescola.com/historia-da-america/astecas2.htm
Acesso em: 03.Mai.2011.
Os astecas
Disponível em:
http://histoblogsu.blogspot.com/2009/04/os-astecas.html
Acesso em: 03.Mai.2011.
Religião asteca
Disponível em:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/civilizacao-asteca/religiao-asteca.php
Acesso em: 03.Mai.2011.
Deuses astecas
Disponível em:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/civilizacao-asteca/religiao-asteca.php
Acesso em: 03.Mai.2011.
Imagens
1. Representação de Tenochtitlán. Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/_eECjNABIOxA/TJFCtOxvFgI/AAAAAAAAAAM/34Ggks_55M8/S1600-R/fotos-dos-astecas-10.jpg
Acesso em: 03.Mai.2011.
2. Pirâmide da organização social asteca.
Disponível em:
Acesso em: 03.Mai.2011.
3. Guerreiros astecas.
Disponível em:
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/civilizacao-asteca/imagens/os-astecas-4.jpg
Acesso em: 03.Mai.2011.