Este blog destina-se a ser uma fonte de pesquisa na disciplina de História, bem como indicar artigos, filmes, livros e outros aos interessados.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Os Astecas

 

Introdução

A grande civilização asteca, segundo estudiosos, crê-se que tenha se formado através da migração, iniciada por volta do século 12, de tribos anteriormente dominadas pelos tecpanecas. Abandonaram a condição de subjugados para assumirem-se gradativamente como um dos povos de maior esplendor entre os mesoamericanos.

Chamados anteriormente por “mexicas”, tiveram seu passado transformado em lenda por seu governante Itzcoatl que, em 1430 ordenou que se queimassem todos os livros que fizessem referência ao seu passado. Criou, assim, um passado glorioso e heróico para o povo que fundou Tenochtitlán.

Os Astecas

1. Representação de Tenochtitlán.

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Os astecas, anteriormente chamados de ‘mexicas”, possuem uma origem ainda incerta. Alguns estudiosos afirmam que tenham partido da região norte do vale do Anahuac (atualmente o Vale do México), outros acreditam que eram oriundos do sudoeste dos Estados Unidos e putros, ainda, acreditam que Aztlán não passe de um local mítico. Todavia, crê-se quase em consenso que tenham chegado até a região de Anahuac após longa e árdua peregrinação, instalando-se nas ilhas a oeste do Lago Texcoco.

Assombrados com as construções remanescentes de Teotihuacán, especialmente a Pirâmide do Sol, vincularam ao divino sua origem. A região pantanosa e de terras úmidas de Ananhuac não favorecia a construção de grandes obras que, intencionalmente, espelhassem o passado de Teotihuacán. Assim, dada a necessidade, desenvolveram um avançado sistema arquitetônico que permitisse tais edificações, fazendo da civilização asteca caracterizada por ser uma sociedade construtora. Desta forma, Teotihuacán era composta por palácios, monumentos, pontes, passeios, mercados e outros tipos de edificações bastante elaboradas e ricamente decoradas com baixos relevos, molduras de cal entre tetos e paredes, entre outros.

Um outro aspecto da sofisticada construção asteca é a construção do sistema de fornecimento de água de outras regiões, já que a água do Texcoco era inapropriada para o consumo. Quanto às regiões de plantio, utilizaram-se das chinampas e de canais de irrigação, superando os obstáculos apresentados pela região.

A agricultura, a exemplo de outros povos, era a base de sua economia, destacando-se o cultivo de milho, cacau, feijão e abóbora, bem como o uso de técnicas como a coivara. O comércio, porém, ocupava também um papel de relevância. Praticavam o escambo, bem como empregavam as sementes de cacau como moeda de troca. E, em tempo, a estes comerciantes ligavam-se artesãos que produziam jóias, peças em ouro e plumas, entre outros.

Quanto à sua organização social, no topo de sua pirâmide social, estava o Huey Tlatoani (“aquele que comanda”), auxiliado pelo Cinacoatl, que atuava como uma espécie de “vice-imperador”. A princípio, o Tlatoani era eleito por uma assembleia de guerreiros, mas posteriormente tal função passou a ser hereditária.

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2. Pirâmide da organização social asteca.

Abaixo destes, posicionavam-se os nobres ou os pipiltins, ocupando cargos administrativos, religiosos ou militares. Geralmente, a alta carreira militar era bastante valorizada, sendo que, os que capturavam um maior número de inimigos recebiam inúmeros privilégios, além de prestígio na sociedade asteca. Quanto ao sacerdócio, eram grandemente valorizados os religiosos enquanto intérpretes da vontade divina, possuindo inúmeras riquezas, oriundas geralmente de presentes de nobres e mesmo do próprio Huey Tlatoani. Os funcionários públicos estavam isentos de impostos e recebiam desde cedo educação diferenciada, voltada à que ocupassem cargos administrativos.

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3. Guerreiros astecas.

Abaixo destes estavam os artesãos e comerciantes. Normalmente, o ofício do artesão era transmitido de forma familiar, sendo que cada grupo possuía sua corporação, deus e bairro próprios. Assim como o ofício artesanal era passado de pai aos filhos, a função comercial também assim o era, sendo privilegiados aqueles que mais próximos estavam da nobreza.

Em seguida estavam os soldados “rasos” e os agricultores, que dificilmente conseguiam ascender socialmente. Os membros deste estrato social, especialmente agricultores e construtores - os macehualtin – organizavam-se em grupos conhecidos por “capulli”. Estes “capulli” eram geralmente compostos por indivíduos ligados por grau de parentesco, dividindo as tarefas entre si, como por exemplo, o cultivo da terra. E, na base desta pirâmide estavam os escravos (ou tlatlacotin) – indivíduos que haviam contraído dívidas de jogo, deviam à justiça, que fossem espólio de guerra, etc. É importante salientar que o tlatlacotin não possuía a mesma concepção do escravo que servia ao europeu, possuindo um caráter temporário.

No tangente à sua religiosidade, o deus-Sol ocupava posição de destaque, assim como, esta possuía inúmeras referências contraídas de povos vizinhos. Assim, muitos deuses eram oriundos de outras sociedades ou mesmo adaptados à realidade asteca. Incluía deuses benfazejos e malfazejos que conviviam desprovidos da posterior moralidade cristã.

Era caracterizada, desta forma por ser politeísta e além disso, seu panteão era composto por deuses antropomórficos e zoomórficos. Muitas destas divindades eram representações de forças da natureza e seus eventos, assim como, animais e eram sinônimos de locais, cidades ou protetores de certas atividades profissionais.

Ainda que o Estado estivesse fortemente imbricado com a religiosidade, os sacerdotes astecas não eram figuras relacionadas à política. Trabalhavam, outrossim, na interpretação da vontade dos deuses ou mesmo como conselheiros sobre a mesma política, guerras, entre outros assuntos.

Ainda sobre os sacerdotes, explica o Portal São Francisco:

Os membros do clero pertenciam às classes superiores. Estudavam em suas próprias escolas, a escrita e a astrologia, além de praticarem a mortificação e os cantos rituais. Sua vida era de austeridade e permaneciam celibatários. Os dois sumos sacerdotes dependiam do rei. Este era inacessível - governava por intermédio de um delegado - e, segundo os espanhóis, era transportado em liteira porque seus pés não podiam pisar a terra. Os templos mantinham asilos e hospitais.

Os sacrifícios humanos eram relativamente comuns e constituíam uma peculiaridade que os diferenciava de povos como os incas, em que estes eram realizados em sazonalmente. Utilizavam-se, por vezes de prisioneiros de guerra, mas ocasionalmente, existiam voluntários para tal.

DEUSES ASTECAS

Anahuac

Deus da morte.

Centeotl

Deus com chifre.

Chalchiuhtlicue

Deusa da água, esposa de Tlaloc.

Chicomecoati

"Sete serpentes", associado com o governo.

Coatlicue

Mulher Serpente. Deusa da terra.

Colibri Azul

Deus do sol, do reino Dia.

Ethecatl

Deus do vento.

Huitzilopochtli

Deus da guerra e tempestade.

lxtlilton

Deus da medicina e cura. Irmão de Macuilxochitl.

Macuilxochitl

Deus do bem-estar e da boa sorte.

Metztli (ou Yohualticitl)

"Senhora da Noite": deusa da Lua.

Mictlantecuhtle

"Senhor do Inferno" era o deus da morte e do reino da maldade e das sombras. Está representado nas pinturas como um monstro horrível com a boca enorme, onde caíam os espíritos da morte. Sua horrenda morada se conhecia como Tlalxicco (o umbigo da Terra).

Nanahuatl (ou Nanauatzin)

Deus das enfermidades da pele, como a lepra.

Omacatl

Deus da alegria e da diversão. Era venerado principalmente por aqueles que viviam bem e pelos ricos, que celebravam grandes festas e orgias.

Ometochtli

Deus da bebida e embriaguez.

Ometecutli

Sua esposa era Omeciuatl. Pai e mãe dos humanos. Os nomes significam "Senhores dos sexos". Eram representados pela água, terra, céu e fogo.

Opochtli

Deus sagrado dos pescadores e caçadores de pássaros.

Quetzalcoati

"Serpente-Plumada" deus da civilização e aprendizado, um dos mais significativos deuses dos astecas. Representava a força da natureza.

Tepeyollotl

Deus dos movimentos sísmicos e terremotos.

Tezcatlipoca

Deus da noite e da magia, deus supremo. Associado também com o destino dos homens e com a realeza.

Tlaloc

Deus da chuva e da tempestade. Esposo de Chalchiuhtlicue.

Tlazolteotl

Deus da imundice, comedor de porcaria. Erradicava o pecado humano.

Tonatiuh

Sol, considerado como primeira fonte de vida.

Tonantzin

A Terra, a "honorável avó".

Xilonen

Jovem espiga-de-milho, associado com o governo.

Xite Totec

Deus da primavera e do replantio.

Xiuhtecuhtle

Deus do fogo.

Xochiquetzal

Deus da sensualidade

Xolotl

Deus do sacrifício humano.

Yacatecutli

Deus dos viajantes da classe mercantil.

E-Referências

Astecas

Disponível em:

http://educacao.uol.com.br/historia/ult1690u56.jhtm

Acesso em: 03.Mai.2011.

Arquitetura Asteca

Disponível em:

http://www.arquitetando.xpg.com.br/arquitetura%20asteca.htm

Acesso em: 03.Mai.2011.

Astecas - Economia, sociedade e política

Disponível em:

http://www.brasilescola.com/historia-da-america/astecas2.htm

Acesso em: 03.Mai.2011.

Os astecas

Disponível em:

http://histoblogsu.blogspot.com/2009/04/os-astecas.html

Acesso em: 03.Mai.2011.

Religião asteca

Disponível em:

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/civilizacao-asteca/religiao-asteca.php

Acesso em: 03.Mai.2011.

Deuses astecas

Disponível em:

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/civilizacao-asteca/religiao-asteca.php

Acesso em: 03.Mai.2011.

Imagens

1. Representação de Tenochtitlán. Disponível em: http://3.bp.blogspot.com/_eECjNABIOxA/TJFCtOxvFgI/AAAAAAAAAAM/34Ggks_55M8/S1600-R/fotos-dos-astecas-10.jpg

Acesso em: 03.Mai.2011.

2. Pirâmide da organização social asteca.

Disponível em:

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://projetoleiah.tripod.com/imagens/piramide.gif&imgrefurl=http://bloghistoriablog.blogspot.com/&usg=__XMcJZUSSEC3V9cuRoDmYFmKa5XE=&h=234&w=416&sz=73&hl=pt-BR&start=0&zoom=1&tbnid=2mMLr3owqVsDpM:&tbnh=97&tbnw=172&ei=KDLATc-PIerf0QG2_9CKBQ&prev=/search%3Fq%3Dpiramide%2Bsocial%2Basteca%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN%26rlz%3D1C1ASUT_enBR419BR419%26biw%3D1366%26bih%3D705%26tbm%3Disch&um=1&itbs=1&iact=rc&dur=358&page=1&ndsp=27&ved=1t:429,r:2,s:0&tx=61&ty=45

Acesso em: 03.Mai.2011.

3. Guerreiros astecas.

Disponível em:

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/civilizacao-asteca/imagens/os-astecas-4.jpg

Acesso em: 03.Mai.2011.

Mitologia

 

Introdução

O mito normalmente trata-se de uma narrativa descritiva que se utiliza de uma linguagem simbólica e destina-se a explicar, de forma sobrenatural, a origem de uma cultura, seus elementos primordiais, sua história e outros. É ainda a experiência de tranqüilizar ao homem perante os perigos de uma natureza que lhe foge ao controle, de explicar aquilo que desconhece. É a tentativa de conceder a uma cultura ou povo uma história, de explicar a sua procedência.

O Mito nas Diversas Culturas

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A mitologia grega, talvez a mais conhecida, assim como a romana, corresponde a séries de narrativas, lendas e relatos que explicam diversos aspectos da cultura, crenças e vida na Antiguidade. É composta pelas histórias de deuses, semi-deuses, heróis e outros que retratam os ideais gregos e influenciaram as mais diversas correntes de pensamento e ciências. Este fato é notório se atentarmos aos nomes dos corpos celestes na Astronomia ou mesmo certos tipos de comportamentos observados na Psicologia (como o Complexo de Electra), por exemplo.

Fato é que a religiosidade era parte bastante importante da vida do grego em suas polis. Sua religião politeísta possuía grande riqueza de eventos, caracterizando –se por um sem número de divindades, maiores ou menores, mais ou menos importantes. De acordo com o site Cultura Brasileira:

Os fenômenos da natureza, entre os gregos, às vezes eram divindades, como a Noite, outras vezes estavam estreitamente ligados aos deuses. O relâmpago, por exemplo, era resultado da ação de Zeus, e por isso os lugares atingidos pelos raios eram considerados sagrados, diferenciados dos outros lugares em que não havia manifestação dos deuses, os lugares comuns, ou profanos. Os gregos acreditavam que a água causava os tremores de terra e, como tudo o que se relacionava à água era relativo a Posêidon, então o deus do mar era chamado sacudidos de terra.

As almas dos antepassados também eram cultuadas pelas famílias, através de uma série de rituais que ficavam a cargo das mulheres.

Havia ainda os seres imortais, com poderes extraordinários e considerados deuses; alguns eram originários de tradições de outros povos. Deméter, por exemplo, deusa da terra, se assemelhava às antigas deusas da fertilidade, comuns no período Neolítico; Afrodite, deusa do amor, seria uma deusa da tradição mesopotâmica, Astarté; Dioniso e Hefesto teriam vindo do Oriente, da Índia.

Retirado de: http://www.culturabrasil.pro.br/mitologianagrecia.htm.

Acesso em: 23.Ago.2010.

É importante que se ressalte que o mito não é exclusividade das culturas grega e romana. Na realidade, praticamente em todas as sociedades o mito é encontrado de uma forma ou de outra, apresentando semelhanças e singularidades. Todavia, a crença grega não envolvia revelações espirituais ou ensinamentos religiosos, mas sim, colocava seus deuses em igualdade ao ser humano, conferindo, de certa forma, uma qualidade também divina ao humano – e vice-versa. Assim, conferia aos deuses sentimentos, atitudes e emoções humanas – ódio, amor, alegria, traição, ciúmes.

Desta forma, podemos encontrar várias paridades entre as diversas culturas, entre deuses e mitos. Encontraremos um local destinado aos deuses, sua pátria e lar, seja com o nome de Olimpo ou Asgard, ou ainda a perfeição paradisíaca do Éden ou do Nirvana. É simples imaginar que determinados elementos estão presentes em todas as sociedades: a morte, o nascimento, a guerra, entre outros e, muito além de qualquer elucidação metafísica atual, ganham uma caráter divino mediante a explicação de tais fenômenos sob uma ótica desprovida da ciência e da razão. É, pois, a forma mais simples de controle da natureza e explicação das multi-facetas do ser humano.

Atentemos para a seguinte tabela de analogias:

Divindade

Mitologia Romana

Mitologia

Grega

Mitologia Iorubá

Mitologia Nórdica

Mitologia Egípcia

Deus da Guerra

Marte

Ares

Ogum

Tyr

Seth

Deusa do Amor

Vênus

Afrodite

Oxum

Sjöfn/Lofn

Háthor

Deus do Trovão

Júpiter

Zeus

Xangô

Thor

Reshpu

Deus(a) do Mar

Netuno

Posseidon

Yemanjá

Adgir

Anuket

Deus da Mentira

Mercúrio

Hermes

Exu

Lóki

Seth

Deus(a) da Justiça

Minerva

Athena

Xangô

Forseti

Maat

Deus dos Ofícios e Artesãos

Vulcano

Hefaistos

Ogum

Ullr

Ptah/Sokar

Deus(a) da Noite

Tanith

Nyx

Oxóssi

Nótt

Aah/Iah

Deusa da Fertilidade

Ceres

Deméter

Oxum

Ostern

Tuéris

Deus(a) da Morte

Plutão

Hades

Obaluaê

Freya

Anúbis

Deus(a) do Sol

Febo

Apolo

Oxaguiã

Sunna

Aton

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Observando os aspectos abordados na tabela acima, podemos chegar à conclusão da determinação do homem em conceder aos aspectos de sua vida uma possível explicação. Ainda, que os exemplos sejam suscintos, teríamos uma infinidade de outros modelos que poderiam ser utilizados em comparação:

  • A deusa malásia Luminu-Ut, a grega Hera, a egípcia Ísis, a síria Adugata, a asteca Vitzliputzli – todas deusas supremas de suas respectivas culturas.
  • Os deuses criadores: Quetazalcoatl (astecas), Urano (Grécia), o Brahma (Índia), Tupã (indígenas Tupi-Guaranis), Assur (Assírios), Virachocha (incas), etc.
  • Os temíveis deuses da morte ou do mundo dos mortos: Chalmecacihuilt (astecas), a Kali (hindu), Koljo (fino-húngaro), etc.
  • clip_image006Os deuses do raios e tempestades: Iansã (ioruba) e Perunu (eslava).
  • Os deuses da cura: Omolu (iorubá) e Abbuto (japonês).
  • Entre outros mais.

Desta maneira, observamos a clara semelhança entre povos que sequer possuíam contato entre si, mas que partilhavam de certos aspectos, comuns a vida humana. E não apenas no que se refere a Antiguidade ou a tempos tão remotos. O homem sempre se utilizou de seus mitos para elaborar sua visão de Mundo, e visto desta forma, os dias de hoje não são diferentes. Utilizando da tabela acima, podemos observar analogias mais próximas dos dias atuais:

Divindade

Igreja Católica

Angelologia

Deus da Guerra

Santa Joana D’Arc

Mikhael

Deusa do Amor

Santo Antonio

Jeliel

Deus do Trovão

Santa Bárbara

Uriel

Deus(a) do Mar

Bom Jesus dos Navegantes

Rahab

Deus da Mentira

Diabo

Qualquer anjo contrário

Deus(a) da Justiça

Santo Ivo

Mebhael

Deus dos Ofícios e Artesãos

São Lucas

Imamaiah

Deus(a) da Noite

Diabo

Jeliel

Deusa da Fertilidade

Santa Sarah

Gabriel

Deus(a) da Morte

São José

Mikhael

Deus(a) do Sol

Santa Clara

Schachlil

Ainda seguindo por esta mesma linha, podemos citar o artigo do blog “Magias Ciganas”, de Marcis Najjara, a respeito da atuação dos ciganos espirituais:

Cigano Artémio

Cigano da origem egípcia e protege os que trabalham com oráculos em geral, impedido que esses ledores de sina se deixem abater pela inveja, ingratidão e pelo desgaste de energia, faz imantações de objetos devocíonais. Gosta de ouvir boas musicas e conversar . gosta de fazer seu jogo no chão e prediz futuro com seu maravilhoso tarô, por vez sério, por vez rindo.


SUA PRINCIPAL MAGIA


É ler as cartas de seu tarô a vida dos seus clientes.
Por ser orador nato, Artémio trás inúmeras mensagens para as pessoas. Como andou pelo mundo, conhece vários tipos de magias, que ensinam os que podem aprender.
Conhecido pelo nome de Cigano dos Chapéus, por utilizar vários tipos deles , e nunca aparece com a cabeça descoberta por respeito a SantaSara.


Cigano Wlademir


Cigano do mundo, protetor do trabalho, consola e ajuda os que estão a procura de trabalho. Cigano que primeiramente da valor ao seu trabalho em segundo a sua definição mulher, mulher, mulher, e depois musicas e comidas boas e fartas.
Responsável. Falante e guerreiro. Ajuda todos que procuram trabalhar e crescer no lugar.


Cigano Manolo


De origem Italiana, viajou pelo mundo os lugares que mais ficou foi Ásia e Turquia . é um velho Barô, detém a magia das palavras. Gosta de cores fortes, agarra numa conversa como ninguém , e dá ao seus protegidos o dom de convencer, o dom oratória. Atende a todos os clientes conversando e, devido a sua própria capacidade analítica, consegue mostrar os prós e os contras de cada questão. Poucos consegue enganar Manolo , ele aconselha com justiça e força.
Em clãs e tsaras, sua presença no kris (conselho) espiritual é indisponível , pois sempre cabe a ele a decisão (sempre acertada) . não tem medo de desagradar, compreende a alma humana, não guarda rancor, ajuda a todos com a magias feitas pelas a ciganas que estão sob seu comando. Estas são responsabilizadas quando algo não dá certo, pois para fazer parte do clã de Manolo, é preciso conhecer magias e fazê-las com destreza.
Cigano Sandro


Cigano de origem sul-americana viveu em Córdoba ( na Argentina). Gosta de dançar, aprecia bebidas fortes em cores berrantes.
O cigano Sandro é grande astrólogo através do Zodíaco, atende as pessoas e ajuda a cada um tomar decisões importante com discernimento e consciência. Atende principalmente os que ele chama “ os marginalizados da noite” que sofrem por AMOR, dançarinos, rufiões, lumiascas ( prostitutas) , músicos etc. porque Sandro foi um dançarino e, por causa dos preconceitos perdeu seu grande AMOR..(...)


SUA MAGIA


Quando entra na aura dos seus protegidos, não permite que eles bebam álcool, dizendo que foi isto que o matou. Sandro atende seus clientes a noite. Seus protegidos são procurados por pessoas desconhecida e que lhe contam seus problemas na primeira vez que os encontram. Graças a atuação energética de Sandro, dão conselhos e ajudam de diversas formas, e se imantam naturalmente, só precisando de algumas horas de repouso.


Retirado de:

http://ciganas-magias-encantos.blogspot.com/2007/10/espiritos-ciganos-cigano-artmio-cigano.html.

Acesso em: 23.Ago.2010.

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Assim, percebe-se que a mesma forma de reflexão que o homem grego, romano, inca, asteca ou outro que o valha, fruto de um passado mais ou menos remoto, é praticada pelo homem atual. Existe, da mesma forma, um relato ou narrativa associado e um padrão é imputado à divindade (a exemplo do cigano Artémio que, em tese, foi um cigano experiente e deve ser procurado em busca de bons conselhos). E os rituais também se fazem presentes enquanto percebe-se, a oferta de algo (não ingerir álcool no caso do cigano Sandro ou dedicar velas ao santo padroeiro, por exemplo), em troca de receber um benefício qualquer. É ainda o sacrifício para se agradar a divindade, ao divino.

Ainda se pode destacar que o papel de protetor que a divindade estabelece ao seu devoto. Ou seja, a segurança que esta deidade oferece, através de seu padrão comportamental humano, ao homem. Além disso, a atitude do deus é sumariamente previsível enquanto demonstra seu caráter humano.

Na mesma medida em que as crenças gregas se propagaram pelo Império Romano, observa-se que as idéias baseadas na fé também ganharam o mesmo destino em outras culturas. A mescla e adaptação passaram a atender as necessidades do homem. Vejamos o texto de Aníbal Fernandes (2002), retirado do blog Archaeology News:

A principal razão da persistência do culto de Osíris no Egito foi, provavelmente, ele prometer a ressurreição e a vida eterna aos fiéis. Mesmo depois de haver abraçado o cristianismo, os egípcios, continuaram a mumificar os seus mortos e a misturar os atributos de Osíris aos de Cristo e as estátuas de Ísis, amamentando seu filho Horo, são o protótipo da Virgem Maria e seu Filho. 

Retirado de:

http://archaeologynews.multiply.com/journal/item/61

Acesso em 23.Ago.2010.

Na mesma instância podemos comparar atualmente, os mitos contemporâneos mesclados com idéias anteriores de crenças. Um exemplo bastante claro são as religiões afro-brasileiras que mantém como divindades principais os orixás, assim como foi anteriormente com os próprios africanos. Cada um destes orixás era cultuados em regiões diferentes e apenas ganharam um espaço comum religioso dentro das próprias religiões afro-brasileiras.

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Assim, em um terreiro de Candomblé cultua-se a Oxum, cultuada na região que leva seu nome e igualmente a Obaluaê, proveniente de Empé. E seguindo nesta mesma linha de raciocínio, ainda teríamos a Umbanda que fundida a rituais católicos romanos e doutrinas oriundas do Kardecismo, cultua aos mesmos orixás, mas de forma bastante diversa. Desenvolve-se o sincretismo entre todas estas crenças, de modo a acolher a demanda religiosa do homem.

Da mesma forma, deparamo-nos hoje em dia com horóscopos diversos (dos anjos, dos orixás, egípcio, cigano, etc), métodos adivinhatórios diversos (tarô, runas, etc.) que nada mais são que desdobramentos da idéia principal religiosa. Acabam por cumprir o mesmo papel do oráculo da Antiguidade, por exemplo.

Apesar disso, há uma aparente descentralização atual das religiões. Ou seja, cada uma destas crenças possui (ou não, em alguns casos) uma sede, um centro estabelecido próprio de seu poder. Assim, temos os católicos com seu poder central no Vaticano, os umbandistas em seu supremo órgão, etc. Os gregos, diferentemente, professavam uma religião semelhante, apesar de pertencerem a diferentes polis. Portanto, buscavam os centros de poder de sua religiosidade, a exemplo do Santuário de Delfos, a fim de praticar sua fé. Uniam-se ainda em rituais, como nas festas Pan-Helênicas.

Referências

Ilustração 1. Electra. Disponível em:

http://static.infoescola.com/wp-content/uploads/2010/03/electra.jpg

Acesso em: 23.Ago.2010.

Ilustração 2. Vitzliputzli. Disponível em:

http://www.aztecs.org.uk/images/Key-554_popupAHOHYA.jpg

Acesso em: 23.Ago.2010.

Ilustração 3. Anúbis. Disponível em:

http://www.historianet.com.br/imagens/religiaoegito_anubis.jpg

Acesso em: 23.Ago.2010.

Ilustração 4. Oxum. Disponível em:

http://3.bp.blogspot.com/_E0zbnTWTQQ8/SecCeBflnYI/AAAAAAAAADQ/Lcy37URRVyk/s320/oxum.jpg

Acesso em: 23.Ago.2010.

Mitologia na Grécia. Disponível em:

http://www.culturabrasil.pro.br/mitologianagrecia.htm

Acesso em: 23.Ago.2010.

Deuses Egípcios. Disponível em:

http://www.mitologiaegipcia.templodeapolo.net/deuses.asp#2

Acesso em: 23.Ago.2010.

Mitologia Nórdica. Disponível em:

http://distante.no.sapo.pt/mitnpd.htm

Acesso em: 23.Ago.2010.

Mitologia Africana. Disponível em:

http://www.astrumargentum.org/arquivos/ht/apendice_orixas_desc.htm

Acesso em: 23.Ago.2010.

Mythos. Disponível em:

http://mithos.cys.com.br/

Acesso em: 23.Ago.2010.

Deuses Maias. Disponível em:

http://mundoestranho.abril.com.br/cultura/pergunta_407194.shtml

Acesso em: 23.Ago.2010.

Incas. Disponível em:

http://www.suapesquisa.com/pesquisa/cultura_inca.htm

Acesso em: 23.Ago.2010.

Anjos. Disponível em:

www.claudiabcunhanumerologia.com.br/%3Fpage_id%3D15+anjo+cabalistico+do+amor&cd=5&hlpt-BR&ct=clnk&gl=br

Acesso em: 23.Ago.2010.

Anjos. Disponível em:

http://www.nova-lis.com/index.php?option=com_content&view=article&id=213:anjos-associados-com-os-elementos&catid=34:astrologia-e-misticismo&Itemid=297

Acesso em: 23.Ago.2010.

Religião no Egito Antigo. Disponível em:

http://archaeologynews.multiply.com/journal/item/61

Acesso em: 23.Ago.2010.

A Questão Homérica

 

A Questão Homérica pode ser definida como a dúvida pertinente acerca da autoria dos poemas épicos: Odisséia e Ilíada. Este tema, dada a sua importância, tem sido abordado por muitos estudiosos, desde tempos imemoriais até os dias de hoje. A título de simplificar a solução desta questão, muitos autores optaram em dividi-la entre três vertentes e teses principais:

1) Unitarista: onde apenas um autor é creditado como autor das obras.

2) Dualista: onde cada uma das obras é creditada a um autor.

3) Pluralista: onde as obras são creditadas a vários autores diferentes.

A Odisséia e a Ilíada referem-se ao período que compreende a civilização creto-micênica, apesar de terem sido escritos posteriormente. Assim, as obras podem ser situadas no período pré-homérico e homérico, onde o autor tratava seus temas sob a óptica de sua própria época. Temos, neste ponto a visão de Finley (1988) que afirma, segundo seus estudos, que Homero falava de uma época que não vivera, mas que lhe era profundamente conhecida.

O objetivo de tais obras remete ao épico como uma forma de enaltecer aos heróis gregos e seus feitos grandiosos, como uma forma de resgate ao passado helênico. Também vislumbra-se em ambas obras, clara apologia a aristocracia grega, com referências a estrutura e divisões sociais, o papel dos escravos na sociedade e a valorização da guerra. Ainda coloca as relações entre homens e o divino, a adivinhação e o caráter místico em toda sua multiplicidade de ritos.

Quanto ao próprio Homero, voltando-se a tese Unitarista, teríamos este como único autor das obras. Mas, mesmo os defensores de tal tese ainda dividem-se, entre aqueles que as creditam a Homero, bem como aqueles que colocam sua autoria a um desconhecido, questionando inclusive, a própria existência de Homero.

Muitos creditam a autoria da Odisséia e da Ilíada aos aedos e rapsodos, ou ainda crêem que o próprio Homero fosse um destes poetas iletrados, que compunham seus versos de momento nos banquetes e cerimônias religiosas. Ainda sobre este tema, segue o comentário do Prof. Antonio Mattoso (2008), da PUC – Rio, no Jornal Plástico Bolha:

Se tomarmos como exemplo a Ilíada e a Odisséia, no século VIII a.C., veremos que os dois poemas foram compostos originalmente para serem cantados, por uma sociedade ágrafa; portanto, essas canções desconheciam uma redação definitiva. Os cantores, aedos, considerados mestres da verdade, segundo Marcel Detienne, eram inspirados pelas Musas e recriavam as canções a cada nova audição, acompanhados de um instrumento de corda. Na Odisséia, principalmente, há várias passagens em que se faz referência à habilidade do aedo. No domínio de Odisseu, Fêmio; na corte dos feácios, Demódoco. O espaço de recepção desses cantos eram os próprios banquetes (daîtes) no mégaron desses palácios. Estamos, portanto, diante de uma experiência viva e coletiva dirigida à audição. Já em seu diálogo Íon, Platão alude ao rapsodo Íon, membro de uma confraria de rapsodos especialistas em Homero. Ao contrário dos aedos, os rapsodos, agora com um bastão na mão, não mais cantam, mas recitam, o que já pressupõe um texto escrito e cristalizado, além de explicarem os versos de Homero.

No século 16 surgem a primeiras dúvidas quanto a autoria dos poemas, mas estas realmente passam a ser mais intensas no século 18. Estas suspeitas indicavam no sentido da autoria a partir de vários indivíduos que não o Homero, ou não somente este. Talvez estes textos, segundo alguns estudiosos, tenham sido apenas compilados através da narrativas dos aedos, já que o estilo de ambas obras são relativamente diferentes. Sobre os aedos e os textos em si, demosntra-nos Vidal-Naquet:

“Os aedos eram capazes, com um intervalo de poucos anos, de reproduzir, quase sem variantes, as epopéias puramente orais. (...) Dito isso, é difícil, por outro lado, ignorar o vínculo entre a fixação dos cantos épicos e o desenvolvimento da escrita alfabética fenícia adotada pelos gregos por volta de 900 a. C. A grande questão é saber quando os textos foram fixados. Bem cedo, segundo alguns especialistas, enquanto para outros não antes de 560 a. C., quando Pisístrato, um ‘tirano’ — isto é, governante não eleito de Atenas —, decidiu realizar uma edição oficial”.

Ainda pode ser colocada entre tais teses, a idéia que Homero tenha realmente idealizado tais poemas, mas que coube a outro personagem, a organização e reunião das obras.

Apesar de tantas teses quanto a autoria da Ilíada e Odisséia, fato é que ambas, sob vários aspectos, são absolutas enquanto obras literárias e fontes da História. São referências sobre os hábitos, crenças, estrutura da sociedade grega, apesar do tempo em que forma escritas e/ou compiladas.

O Momento Histórico das Obras

Até algum tempo atrás, considerava-se que a história da Guerra de Tróia fosse mera ficção e a cidade apenas mitológica. Mas são vários os estudos que contrariam estas suposições atualmente.

Em primeira instância é preciso que se leve em consideração a política expansionista e conquistadora da civilização creto-micênica, o que explicaria a existência de tal guerra.

clip_image008Heinrich Schieliemann (6 de janeiro de 1822, Neubukow, Mecklenburg-Schwerin – 26 de dezembro de 1890, Nápoles) foi um arqueólogo amador alemão, de notória paixão pela Grécia. Seus estudos acerca de Tróia, iniciados na região da Turquia, a partir de 11 de outubro de 1871, estenderam-se por quase vinte anos, entre escavações e achados de grande importância histórica e arqueológica.

As escavações de H. Schieliemann trouxeram a luz, diversas indagações e debates a respeito da existência da cidade, quando este, a partir de 1871, encontrou em suas escavações, cidades sobrepostas que aparentemente tratavam-se de Tróia.

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Tornou, assim, a lenda em realidade.

E mesmo, mais recentemente, é preciso que se ressalte a pesquisa da Universidade de Delaware, em fevereiro deste mesmo ano (2010), publicado pela revista “Geology” acerca de Tróia e a região. Assim confirmado pelo Jornal da Ciência, em 4 de Agosto de 2010:

'Nada do que a nossa pesquisa encontrou contraria as descrições da 'Ilíada' ', escreve John Kraft, geólogo da Universidade de Delaware, nos EUA, e principal autor do estudo.

O trabalho de Kraft consistiu em fazer dezenas de perfurações na costa noroeste da Turquia, analisar as camadas geológicas do terreno e fazer um mapa de como a região seria por volta de 3.250 anos atrás (...).

O resultado, indica o cientista, está de acordo com a 'Ilíada'. Tróia estaria na beira de uma baía. 

Na outra extremidade, num estreito braço de terra, os gregos teriam montado acampamento. Muitas das guerras descritas teriam ocorrido na planície Escamândria, onde deságuam os rios Escamandro e Simoente.
A baía, no entanto, foi coberta ao longo dos séculos, principalmente pela ação de assoreamento na região, causado pelos sedimentos trazidos pelos rios que desaguavam no local.

Os pesquisadores, que conduzem escavações desde 1977, fizeram buracos de 70 metros de profundidade e depararam com material que indicava que a região fora coberta por água salgada.
Segundo eles, o relevo era 'extremamente irregular, com uma série de rios que mudavam seu curso com frequência, pântanos e pequenas lagoas'.
Na conclusão, os cientistas são cautelosos: 'Apesar de os resultados não poderem validar a lenda, nós não encontramos nada no registro estratigráfico que negue os eventos da 'Ilíada' '.

Baseados em vários estudos, portanto, crê-se que Homero tenha vivido em um período de transição, onde vão gradualmente desaparecendo as realezas micênicas, dando lugar a minoria da aristocracia. E, levando-se em conta, que Homero em suas obras retratava ao passado, é bastante provável que a Guerra de Tróia tenha se desencadeado a partir do já citado desejo de expansão e conquista da civilização creto-micênica.

Assim, baseados nos cálculos de vários estudiosos da Antiguidade, provavelmente a Guerra de Tróia, retratada na Ilíada, situa-se entre 1346 a.C. e 1127 a.C., sendo que a data mais aceita seria a de 1184 a.C. Havendo, inclusive, a possibilidade de que este evento não tenha sido único, ou seja, corresponda a uma série de guerras sucessivas.

Os micênicos, após a invasão a sofisticada Creta, tornam-se comerciantes prósperos, além de guerreiros temíveis. Invadiam as cidades, valorizando as artes da guerra e conquista destes povos. Assim, situando ambas obras teríamos a Ilíada no período das conquistas e a Odisséia situada em período adjacente – no retorno heróico à Pátria.

A civilização creto-micênica, gradualmente vai perdendo sua força, levando à derrocada do poder centralizado, ao despovoamento dos grandes centros, ao fim da escrita e da arquitetura monumental. E é exatamente no período em que os gregos começam a reeguer-se da Idade das Trevas, que surgem a Ilíada e a Odisséia como marcos do pensamento e costumes gregos e o resgate de seus valores histórico-sociais.

Referências

- Questão Homérica. Disponível em:

http://www.ufrgs.br/proin/versao_1/autores2/index35.html.

Acesso em: 01.Ago.2010.

- Aedos e Rapsodos. Disponível em:

http://www.jornalplasticobolha.com.br/pb20/oraculo.htm

Acesso em: 01.Ago.2010.

- Homero. Disponível em:

http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u388.jhtm

Acesso em: 01.Ago.2010.

- Não é preciso ser Hércules para ler Homero. Disponível em:

http://www.jornalopcao.com.br/index.asp?secao=Imprensa&subsecao=Colunas&idjornal=83

Acesso em: 02.Ago.2010.

- Imagem Ilíada. Disponível em:

http://naniedias.blogspot.com/2010/06/10-dia-livro-mais-velho-que-voce-tem-ou.html

Acesso em: 03.Ago.2010.

- Imagem Odisséia. Disponível em:

http://www.submarino.com.br/produto/1/183295/odisseia?menuId=1345

Acesso em: 03.Ago.2010.

- Em Busca de Tróia. Disponível em:

http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=9274

Acesso em: 04.Ago.2010.

- Schieliemann na procura de Tróia. Disponível em:

http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2007/01/31/000.htm

Acesso em: 04.Ago.2010.

- Muralhas da suposta Tróia. Disponível em:

http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2007/01/31/000.htm

Acesso em: 04.Ago.2010.

A questão da etiqueta na Idade Moderna

 

Introdução

A questão da etiqueta durante o período da Idade Moderna foi, indubitavelmente, um aspecto de diferenciação entre classes. Mais do que meros costumes, a etiqueta fornecia um caráter distintivo àqueles que conheciam e faziam parte de seus rituais elaborados. Fato é que nobres queriam diferenciar-se da burguesia, colocarem-se em um patamar mais elevado e a etiqueta constituía um ionstrumento para que esta diferenciação acontecesse.

A etiqueta na Idade Moderna

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No período compreendido entre os séculos 15 e 18, a etiqueta passou a cumprir um papel distintivo na sociedade da época. A ostenteação e o luxo firmaram-se como grandes diferenciadores dos indivíduos, demonstrando seu papel dentro do contexto social. Desta maneira, não bastava ser nobre, era indispensável parecer um; além de haver a premente necessidade de demonstrar sua sorte e bom nascimento, algo a altura de sua condição.

Na realidade, os primeiros manuais de etiqueta surgem no século 13, mas ganham inúmeras edições e popularidade apenas na Idade Moderna.

O maior exemplo de uma sociedade que se guiava por estas regras de etiqueta e conduta é a corte de Luís XIV. As normas não apenas se restringiam ao comportamento, estavam além disso: evidenciavam o monarca, tornando clara a sua superioridade perante seus súditos. Possuíam, nas palavras do próprio rei, um sentido político, levando claramente ao conhecimento de seu povo, o seu próprio poder.

E, a exemplo de Luís XIV, outros nobres se beneficiaram do sentido político imposto pelo primeiro soberano. Um modelo desta afirmação foi a famosa rainha Maria Antonieta, esposa de Luís XVI, como é elucidado no Guia do Estudante da editora Abril:

Por trás desse mundo de diversão e festas, Maria Antonieta tinha que suportar muitas pressões. Os nobres que haviam sido excluídos do convívio com a rainha não paravam de caluniá-la. Segundo Caroline Weber, o jeito de Maria Antonieta reagir era manipular sua aparência. “Ela usava a moda como um instrumento político, como forma de aumentar ou sustentar sua autoridade em momentos em que ela parecia estar sob risco, como nos sete anos que se passaram antes que ela tivesse um filho”, diz. Por meio de novas roupas, sapatos e penteados, a rainha se impôs, colocando-se acima de qualquer mulher francesa.

Desta forma, a etiqueta passou a ser um elemento imprescindível aos pertencentes às classes dominantes. Qualquer pequeno deslize em ambiente real poderia ocasionar a perda de influência deste infrator ou arranhar sua imagem de forma bastante relevante. A forma refinada de se portar era distintiva quanto à capacidade de estabelecer um reflexo de refinamento, requinte e elegância.

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As regras eram inúmeras e seu conhecimento era exclusividade daqueles que possuíam acesso a estas. Iam desde a forma de comportar-se à mesa, o momento ideal de assoar o nariz ou soltar gases ou de curvar-se graciosamente diante de alguém superior hierarquicamente. É certo, entretanto, que estes costumes tenham se modificado com o tempo ou mesmo alguns tenham desaparecido para dar lugar a outros. Mas, fato é que, com o passar do tempo as regras tornavam-se mais rígidas e elaboradas, ganhando novas nuances, a fim de que mais dificilmente pudessem ser copiados.

Alguns exemplos de conduta à mesa, citados por Norbert Elias, em sua obra “O Processo Civilizador. Uma História dos Costumes.":

“Se todos estão se servindo do mesmo prato, evite pôr nele a mão antes que o tenham feito as pessoas da mais alta categoria, e trate de tirar o alimento apenas da parte do prato que está à sua frente. Ainda menos deve pegar as melhores porções, mesmo que aconteça você ser o último a se servir.
Cabe observar ainda que você sempre deve limpar a colher quando, depois de usá-la, quiser tirar alguma coisa de outro prato, havendo pessoas tão delicadas que não querem tomar a sopa na qual mergulhou a colher depois de a ter levado à boca.
E, ainda mais, se estás à mesa de pessoas refinadas, não é suficiente enxugar a colher depois de a ter levado à boca. Não deves usá-la mais, e sim pedir outra. Além disso, em muitos lugares, colheres são trazidas com o prato, e estas servem apenas para tirar a sopa e o molho.
Você não deve tomar a sopa na sopeira, mas colocá-la no seu prato fundo. Se ela estiver quente demais, é indelicado soprar cada colherada. Deve esperar até que esfrie.
Se tiver a infelicidade de queimar a boca, deve suportar isto pacientemente, se puder, sem demonstrar, mas se a queimadura for insuportável, como às vezes acontece, deve, antes que os outros notem, pegar seu prato imediatamente com u’a mão e levá-lo à boca e rapidamente passá-lo ao lacaio atrás de sua cadeira.”

Coutin, Antoine de. Novo tratado de civilidade, in Elias, Norbert. “O Processo Civilizador. Uma História dos Costumes." Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 1990, p.102

Todavia, pela conduta somente, era bastante difícil distinguir a que classe pertencia um indivíduo. Isto porque, a burguesia ascendente, detentora de riquezas e desejoda de ascenção social, tinha por meta reproduzir os padrões da nobreza. Esta imitação compreendia inclusive o vestuário e os modos.

A reação da nobreza para com a atitude burguesa, que ainda situava-se em defesa de sua distinção, foi a de criar padrões de moda sazonais. Surgem, desta maneira, a moda efêmera que deveria se renovar de pouco em pouco tempo, dando origem às famosas coleções de primavera-verão e de outono-inverno, bastante comuns até os dias de hoje.

Referências

Processo Civilizador. Disponível em: <http://www.leonarde.pro.br/processocivilizador.pdf>. Acesso em: 29.Ago.2011.

Maria Antonieta: A última rainha. Disponível em:

<http://guiadoestudante.abril.com.br/estudar/historia/maria-antonieta-ultima-rainha-435058.shtml>. Acesso em: 29.Ago.2011.

Imagens

1. Luís XIV. Disponível em:

<http://3.bp.blogspot.com/_TfUANIdQLu0/TTbcOu_nlYI/AAAAAAAAACQ/_IqPXymPPGM/s1600/45_1848-luis+XIV-blog.jpg>. Acesso em: 29.Ago.2011.

2. Traje feminino da Idade Moderna. Disponível em:

<http://3.bp.blogspot.com/_v33bHWbVIWg/TGxbcEzyrfI/AAAAAAAAAUk/xMJsNZfVkhQ/s1600/04.jpg>. Acesso em: 29.Ago.2011.

As mudanças socioeconômicas provocadas pela Revolução Industrial

 

Introdução

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Desde os primeiros tempos, o homem se fez capaz de transformar as matérias-primas em produtos necessários à sua sobrevivência. Controlava, assim, os meios de produção e todas as etapas desta, até que chegasse ao almejado produto final. Durante a Idade Média, surge a manufatura artesanal, ainda que esta não possuísse as características da atualidade. Os artesãos associaram-se em guildas, assim como os mercadores em hansas, em pequenas unidades produtoras nas quais ainda dominavam todas as fases da produção. Assim, o artesão era conhecedor do valor e tempo gastos, bem como da habilidade necessária para se produzir um artigo qualquer.

Durante a Idade Moderna, entretanto, este quadro sofreu uma drástica modificação. A Inglaterra, pioneira na industrialização, reuniu uma série de aspectos que favoreceram o nascimento de tal revolução. Entre eles, destacam-se:

· A abundância de matérias primas e mão de obra

· O alargamento do mercado

· Classes sociais dotadas de mentalidade ativa e empreendedora

· Condições geográficas favoráveis

· Avanço tecnológico

· Apoio governamental

· Acumulação de capital pela nobreza e burguesia, através de agricultura e comércio, respectivamente.

Mas, a partir da Revolução Industrial no século 18, uma nova forma de produção e de vida estava assinalada para a humanidade. A burguesia industrial ansiava por maiores rendimentos, menores custos e uma produção veloz, e em vista disso, procurou por opções a fim de alcançar seus objetivos. Surge assim a maquinofatura, ou seja, a substituição do homem pela máquina, aumentando a produtividade das manufaturas e desvalorizando o trabalho humano.

As mudanças socioeconômicas

provocadas pela Revolução Industrial

A Primeira Revolução Industrial ficou caracterizada por dois importantes aspectos: a descoberta das vantagens do uso de algumas matérias-primas (carvão como fonte de energia, ferro para a construção de maquinário e algodão para a produção têxtil) e o desenvolvimento da máquina a vapor e a implantação das ferrovias. Estes dois aspectos favoreceram não somente o âmbito da produtividade e a velocidade no escoamento da produção, também colaboraram no êxodo da população rural, em direção às cidades.

A migração para as cidades levou esta multidão de homens, mulheres e crianças ao emprego nas fábricas, ainda que as condições de trabalho fossem extremamente desfavoráveis. Assim, além de alienados da totalidade das etapas da produção, estavam submetidos a jornadas de trabalho sobre-humanas; ambientes insalubres, mal iluminados e sujos; baixos salários; ausência de direitos trabalhistas; sujeitos a castigos físicos; entre outros.

Segundo a ótica de Karl Marx, uma mudança fundamental estabeleceu-se na relação entre o homem e o trabalho. O trabalhador das indústrias estava subordinado ao processo das máquinas, sendo as últimas as protagonistas no processo produtivo. Há, assim, a desvalorização do próprio ser humano em detrimento à máquina.

Em vista deste quadro funesto, as revoltas da classe trabalhadora foram uma consequência natural mediante condições tão adversas. Surgem assim os movimentos operários, bem como os primeiros grupos feministas, buscando maiores direitos e melhores condições. Algumas revoltas tiveram um caráter extremamente violento, a exemplo das pontuadas pela presença ludista.

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Em 1824, na Inglaterra, são criados os primeiros centros de ajuda mútua e de formação profissional, especialmente os conduzidos pelos semi-oficiais. Todavia, somente em 1833 é que emergem os sindicatos (trade unions) oriundos da luta da classe operária e sua busca por melhores condições trabalhistas. Seus principais representantes localizavam-se em Lancashire, Yorkshire e Manchester.

Outros sindicatos, a exemplo dos ingleses, surgem nos anos que se seguiram na França, nos Estados Unidos e na Alemanha. A grande verdade, porém, é que estes sindicatos não incutiam um receio descomunal na classe patronal, mas puderam dar a chance de fortalecimento da classe trabalhadora e suas reinvidicações.

Da organização inicial destes sindicatos, originam-se outros movimentos e ideologias, muitos de ordem não apenas social, mas política. Destacam-se, assim o movimento cartista, o socialismo utópico, o socialismo científico, o anarquismo e o socialismo cristão.

Todavia, ainda que muitas vezes os efeitos do processo de Revolução Industrial tenham sido severos e prejudiciais, não pode se afirmar que absolutamente todos os resultados tenham sido desastrosos. A Ciência ganhou novo impulso – bom exemplo disso são os cientistas autodidatas como Michael Faraday, Lord Kelvin e Benjamin Franklin. Além disso, tanto a ferrovia, quanto os meios de transporte que se seguiram, encurtaram as distâncias e levaram o processo de comunicação a uma extrema velocidade. E, por outro lado, fizeram com que surgissem indivíduos capazes de questionar sobre os seus próprios direitos e que estivessem aptos a apontar sobre o que lutar.

Referências

Revolução Industrial. Disponível em: < http://www.brasilescola.com/historiag/revolucao-industrial.htm>. Acesso em: 14.Set.2011.

Revolução Industrial, Evolução da Indústria do Vestuário e Tecnologia Têxtil: Onde a Função Encontrou a Moda – Parte 1/3. Disponível em:

< http://queilaferraz.fashionbubbles.com/historia-da-moda/revolucao-industrial-e-industrializacao-do-vestuario-onde-a-funcao-encontrou-a-moda-parte-1/>. Acesso em: 14.Set.2011.

Revolução Industrial. Disponível em:

< http://www.suapesquisa.com/industrial/>. Acesso em: 14.Set.2011.

Revolução Industrial. Disponível em:

< http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/revolucao-industrial/revolucao-industrial.php>. Acesso em: 14.Set.2011.

O ludismo. Disponível em:

< http://www.suapesquisa.com/industrial/ludismo.htm>. Acesso em: 14.Set.2011.

As reações operárias e a formação das trade unions. Disponível em:

< http://www.colegioweb.com.br/historia/as-reacoes-operarias-e-a-formacao-das-trade-unions.html>Acesso em: 14.Set.2011.

Revolução Industrial. Disponível em:

< http://www.portalbrasil.net/historiageral_revolucaoindustrial.htm>. Acesso em: 14.Set.2011.

Revolução Industrial. Disponível em: < http://www.historiadomundo.com.br/idade-moderna/revolucao-industrial.htm >. Acesso em: 14.Set.2011.

Imagens

1. Colonização inglesa. Disponível em:

< http://www.brasilescola.com/upload/e/Colonizacao%20Inglesa%20-%20BRASILESCOLA.jpg>. Acesso em: 14.Set.2011.

2. Mulheres da Women's Trade Union League - EUA. Disponível em:

< http://c5.quickcachr.fotos.sapo.pt/i/Nf4020e53/5280653_B04d6.jpeg>. Acesso em: 14.Set.2011.

3. Ludismo. Disponível em:

< http://2.bp.blogspot.com/_xgpWkazAOTA/Sib6P_pW_PI/AAAAAAAAAJ4/1cpnCKMpdV4/s400/Ludismo.JPG>. Acesso em: 14.Set.2011.

3. Antiga hacienda mexicana. Disponível em: < http://www.brasilescola.com/upload/e/Hacienda%20-%20BRASIL%20ESCOLA.jpg>. Acesso em: 06.Set.2011.

4. Colonos ingleses na América. Disponível em: < http://3.bp.blogspot.com/_uZ36BDz9F6g/S6QAQDEck5I/AAAAAAAAAgc/nHlnNpP9HVY/s1600/t045175b6zc.jpg>. Acesso em: 06.Set.2011.

Diferenças entre a colonização portuguesa e hispano-americana

 

Apesar das ligeiras diferenças no tocante à colonização entre Portugal e Espanha, com o passar do tempo estas tornaram-se mais notáveis. Entretanto,não apenas uma razão pode ser apontada como motivo desta divergências que pouco a pouco surgiram.

Em primeira instância é preciso indicar que com a tomada de Constantinopla pelos otomanos, Portugal, diferentemente da Espanha, estava plenamente apto a lançar-se na empreita de encontrar outros caminhos comerciais para o Oriente. Os fatores sócio-econômicos e geográficos foram determinantes para que tal investimento fosse bem-sucedido.

Em vista deste fato, o intuito de Portugal estava vinculado a busca de entrepostos comerciais para a negociação com outros países e, somente após os obstáculos impostos pelos ataques piratas é que passou a existir a idéia de expansão territorial. Todavia, para a Espanha já existia a necessidade premente de buscar novos territórios ou de extravasamento populacional, o que gerou conflitos com indígenas e ocupação de seus territórios conquistados. Desta forma, já havia entre espanhóis a idéia de estabelecer um império espanhol de grandes proporções muito anteriormente a Portugal.

Outro aspecto a ser frisado é que os nativos brasileiros, apesar de ser uma tese bastante controversa, não foram amistosos com os portugueses – de forma diversa com o ocorrido com Mais e Astecas, por exemplo. A política de contenção adotada por Portugal foi a tentativa de escravidão do índio, bem como a manutenção de tratados de amizade e mútuo auxílio entre índios e portugueses.

A expansão territorial e sua descoberta entre portugueses deu-se, além disso, como uma maneira de buscar a defesa de tal região e não apenas como fator de mera exploração. Os espanhóis, por outro lado, ao se depararem com uma grande quantidade de metal valioso e pedras preciosas iniciaram um processo exploratório voraz em busca de tais riquezas.

Enquanto a Espanha empenhava seus esforços em extrair ao máximo as riquezas, Portugal ao não encontrá-la logo de início, investiu na construção de feitorias apoiadas por indígenas. As condições que tais feitorias e tratados com os nativos propiciaram a implantação de colônias de povoamento, assim como a vinda de missões cristãs católicas. Havia certamente o extrativismo, como por exemplo do pau-brasil, contudo, também havia a inciativa de ocupar a terra recém-descoberta a fim de a defender.

Quanto ao fator religioso envolvido na questão, é bastante importante se salientar que enquanto portugueses incentivavam a conversão dos nativos, espanhóis acreditavam que era mais simples dizimá-los. Os nativos eram, assim, para espanhóis um entrave para a descoberta de riquezas e, desta forma, em cerca de um século exterminaram 23 milhões de indígenas apenas no planalto mexicano. E tal massacre não de deveu apenas à superioridade militar de espanhóis, mas também pelo alastramento de doenças, às quais indígenas não tinham como enfrentar.

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Além disso, Portugal também investiu na implantação das grandes plantations da cana-de-açúcar na ausência dos metais e pedras preciosas. Outro investimento bastante notório no século 16, por parte de portugueses, foi a pecuária – especialmente no nordeste e, posteriormente no sul do Brasil. Ainda que tais investimentos tenham sido tardios, graças aos problemas políticos advindos da questão do desaparecimento de D. Sebastião e diversos conflitos internos, foram imensamente lucrativos e duradouros.

As próprias Capitanias Hereditárias ressaltam a importância do investimento agrícola por parte de Portugal em sua colônia. Mesmo que não tenham sido em sua totalidade bem-sucedidas, algumas das capitanias forneceram a defesa almejada por Portugal, em termos de ocupação teritorial.

Fato é, entretanto, que tanto em colônias portuguesas quanto nas espanhola, existia na colônia uma área econômica periférica que tinha por função apoiar a metrópole. Mesmo que houvesse até mesmo um mercado paralelo na colônia, a maior parte do capital era destinado à Portugal e Espanha.

Todavia, é necessário se ressaltar a capacidade portuguesa de exercer a diplomacia, algo que realmente careceu a espanhóis. Além disso, outro fator determinante na ruína do império espanhol nas Américas foi a manutenção de várias colônias em um só território.

E-Referências

História Geral: América. Disponível em: < http://www.cinedebate.uneb.br/index.php/historia-geral-america.html > Acesso em: 15.Set.2011.

Quais as diferenças entre a Colonização Espanhola e Portuguesa?. Disponível em: <http://cafehistoria.ning.com/forum/topics/quais-as-diferencas-entre-a > Acesso em: 15.Set.2011.

Colonização portuguesa, escravismo e atividades econômicas: breve balanço

historiográfico. Disponível em: < http://www.fafich.ufmg.br/pae/apoio/colonizacaoportuguesaescravismoeatividadeseconomicas.pdf > Acesso em: 15.Set.2011.

A colonização espanhola. Disponível em: < http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=35>. Acesso em: 15.Set.2011.

Colonização no Brasil. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/historiab/colonizacao-brasil.htm> Acesso em: 15.Set.2011.

Aguirre, the wrath of gods. Disponível em: < http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=98> Acesso em: 15.Set.2011.

Resenha sobre o filme Desmundo. Disponível em: < http://transformandomundo.blogspot.com/2008/07/resenha-sobre-o-filme-desmundo.html> Acesso em: 15.Set.2011.

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Figura. Violência na colonização.

Disponível em: < http://1.bp.blogspot.com/_gkJIQMHicUw/SMVwkR6Ma0I/AAAAAAAAAPU/7qsz_pYUNPI/s400/ameeri8.jpg>. Acesso em: 15.Set.2011.

Resenha: A Era das Revoluções de Eric Hobsbawn

 

Introdução

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O ponto de partida da obra “A Era das Revoluções” de Hobsbawn é o estudo do período compreendido entre 1789 e 1848, marcado por diversos acontecimentos sociais, políticos e econômicos. Os principais destaques, todavia, são a a revolução industrial britânica em seus estágios iniciais e desenvolvimento, assim como a Revolução Francesa, aos quais, o autor nomeou com o termo a “dupla revolução”. Pontua os efeitos de tais acontecimentos e seus reflexos no mundo contemporâneo e não apenas no tocante à França e Inglaterra apenas.

Segundo o próprio autor, o livro encontra-se, a princípio dividido em duas partes; sendo a primeira referente ao desenvolvimento histórico do intervalo compreendido na obra e a segunda parte a respeito da construção da sociedade a partir de tais eventos. Hobsbawn, propõe, a partir desta obra, uma interpretação dos fatos e acontecimentos, em detrimento a uma análise minuciosa destes. Entretanto, sublinha a importância destes mesmos eventos para o panorama mundial da época, assim como, para o contemporâneo e suas ramificações e extensões para a formação da modernidade e pensamento sócio-político-econômico.

A Era das Revoluções

Hobsbawn inicia sua interpretação ao apresentar o mundo da época como “maior” e “menor”, se comparado ao atual. “Menor”, já que tanto a população, quanto a estrutura física do homem do período era bem reduzida. Mesmo entre os homens da ciência, o conhecimento sobre o Mundo que o cercava e a sua população era estreito. “Maior”, já que, para seus habitantes, o Mundo era extremamente grande enquanto visto pela ótica das dificuldade nas comunicações e a pequena (ou quase inexistente) mobilidade de seus habitantes entre suas regiões. Ou seja, a maior parte das notícias chegavam às pessoas através dos viajantes e nômades e muito posteriormente às suas ocorrências, dada a ausência de jornais e periódicos ou mesmo em virtude do comum analfabetismo. Além disso, a maioria dos indivíduos, a não ser por causas como o recrutamento militar, nasciam, viviam e morriam em seu local de nascimento.

Era um mundo rural, com raras grandes áreas “urbanas” (como Londres e Paris), permeado por uma economia voltada ao campo. O trabalhador rural não possuía um conceito muito diferenciado do escravo: dedicava-se ao trabalho forçado nas terras de seu senhor, submetia-se a exploração e, em alguns casos, poderia até mesmo ser vendido.

Em vista deste quadro feudal, gradativamente desponta uma sociedade rural diferenciada em algumas partes da Europa. A Inglaterra é o grande exemplo desta diferença, com um número considerável de seus agricultores voltados aos empreendimentos comerciais médios, dotados de mão-de-obra contratada.

Outro fator relevante para a implantação industrial, segundo o autor, quanto a Grã-Bretanha, era o incentivo econômico de seu governo às atividades comerciais e manufatureiras. Não devendo a este ponto se subestimar no período ao Iluminismo, enquanto facilitador e incentivador da propagação do conhecimento e ao mesmo tempo, sendo fruto do progresso da classes mercantis, economicamente progressistas e pré-industriais. Formam-se, assim, sociedades provincianas através de homens que incentivavam ao progresso científico, político e econômico, tendo como principais núcleos a própria Inglaterra e a França – os centros da “dupla revolução”.

Através da ideologia propagada pelo Iluminismo, surgem os princípios universais que guiariam a Revolução Francesa: Liberté, Egalité, Fraternité (liberdade, igualdade e fraternidade). Fato é, entretanto, que este mesmo pensamento, apesar de inovador, repleto de idéias humanitárias, de racionalidade e de progresso, ainda que indiretamente, favoreceu à consolidação do capitalismo. Ainda que muitos pensadores iluministas estivessem ao lado dos governantes monárquicos, em muito esta ideologia colaborou para o declínio do Antigo Regime. Desta forma, com o desenvolvimento do capitalismo, a burguesia continuou sua ascensão econômica na como Inglaterra e França.

Entretanto, o fator preponderante para que existisse a Revolução Industrial na Inglaterra não foi apenas a presença de pensamentos inovadores ou mesmo do avanço científico e tecnológico. Na realidade, a Inglaterra dispunha de uma estrutura político-econômica anterior que já favorecia às atividades mercantis, assim como uma agricultura que igualmente beneficiava ao crescimento econômico. Todavia, a verdadeira e real explosão da Revolução Industrial ocorreu na medida em que vislumbrou-se uma possibilidade de alcançar dividendos na produção de consumo de massa (do algodão, por exemplo), através uma tecnologia relativamente rudimentar e pouco onerosa. Aliado a este aspecto, tais empresários descobriram o mercado externo, como real fonte de lucro, ajustando-se plenamente às estruturas capitalistas.

Ainda que alguns percalços tenham atingido esta estrutura econômica, na visão dos capitalistas, os problemas sociais gerados a partir da transição econômica só seriam relevantes se quebrassem a ordem social. Assim, geraram-se novos investimentos, ainda que crescessem as revoltas por parte da classe trabalhadora, o que facilitou o surgimento das ferrovias. Estas possibilitaram tanto no transporte de mercadorias, quanto de pessoas e até mesmo da comunicação, a ampliação vertiginosa da velocidade que chegavam de um ponto a outro, ainda que distante.

Se por um lado, a economia mundial estava completamente modificada após a Revolução Industrial inglesa, por outro, na França, a Revolução Francesa mudaria o Mundo pela sua nova forma de conceber a política e ideologia. A crise social e econômica na França desencadeou a oposição das classes baixas, os burgueses, os trabalhadores e os camponeses – o Terceiro Estado. Enquanto camponeses e trabalhadores em geral consumiam-se na mais amarga miséria, aspirando uma melhor condição de vida; a burguesia possuía uma melhor condição social. Entretanto, a burguesia desejava uma maior participação política, além de desejar ardentemente sua liberdade econômica.

Hobsbawn vê a Revolução Francesa como uma revolução no âmbito social, marcada pela presença de grupos que, mesmo que semelhantes não eram idênticos – os jacobinos, os girandinos e os sansculottes. Estes grupos possuíam concepções próprias o que, por vezes, levou a conflitos entre estes. Nesta esteira entre conflitos, surgirá por fim a figura de Napoleão Bonaparte como catalisador dos ideais franceses.

E não só isso, a Revolução Francesa causou a comoção estrangeira que, mesmo posteriormente à queda de Bonaparte, não se arrefeceu. Ainda que existissem muitos grupos que pregassem antagonismo à França, muitos outros manifestavam apoio a esta nação. Entretanto, notadamente, os grandes inimigos da França eram os ingleses.

Os franceses eram conhecidos pela eficiência de seus exércitos, porém, não foram capazes de fazer frente à frota marítima inglesa. Portanto, viram-se obrigados a anular a Inglaterra economicamente, isto através do Bloqueio Continental. A França, por fim, derrotada na Rússia viu-se vencida pela coalizão de seus inimigos e abandonada por alguns de seus defensores. No entanto, a guerra havia mudado – política-economica e socialmente - em muito o panorama europeu e até mundial, de forma inexorável.

Depois de aproximadamente vinte anos de guerra, a iniciativa dos governantes foi no sentido de promover a paz, especialmente aqueles que ainda se detinham na concepção do Antigo Regime. Mesmo a França, enquanto o lado derrotado, não sofreu sanções tão duras se comparadas as da Alemanha durante o século 20. Os congressos foram um importante instrumento diplomático na manutenção da paz no período pós-napoleônico, ainda que não tenham resistido por muito tempo à crise da fome de 1816-17 e à depressão econômica.

Ainda que a “Questão Oriental” tenha amedrontado a Europa, na iminência de uma guerra entre britânicos e russos, não desencadeou um conflito de grandes proporções ou que pudesse ser duramente sentido como a princípio se esperava. Externamente, a Inglaterra se impunha militarmente no período, mas a sua atuação se restringia às parcelas externas à Europa. Sublinham-se, no período, as revoluções de ordem libertária na América espanhola e a onda revolucionária de 1830.

O ano de 1830, além das revoluções, ficou notório também pela industrialização dos EUA e do continente europeu, assim como pelas ondas migratórias humanas e os avanços no pensamento humano e artes. Tão somente em 1848, a possibilidade uma guerra de grandes proporções se fez presente, ainda que esta só viesse realmente a eclodir no século 20.

Um ponto que o autor esclarece, é que a Revolução Francesa foi um levante que serviu de modelo aos posteriores. Os revolucionários que se sucederam demonstravam claramente o descontentamento econômico e social dos envolvidos, antagônicos a sistemas e governantes igualmente inadequados. Viam-se assim os revolucionários, a exemplo dos franceses em 1789, como defensores de um povo ignorante e iludido contra um sistema ineficaz e desigual. As revoluções de 1830, no entanto, configuraram-se como um movimento revolucionário proletário-socialista que separou moderados de radicais e criou uma nova situação internacional.

Ainda que os problemas da revolução fossem semelhantes na Europa, não eram iguais - provocavam grande tensão entre os moderados e os radicais. Nos princípios democráticos antes ventilados, tornaram-se incertos o suficiente entre ideologias e posturas diversas. Os liberais minimizaram seus intuitos reformistas e passaram a suprimir a esquerda radical, em especial, os revolucionários da classe operária. Visto por este ângulo, percebe-se a falta de clareza entre radicais, republicanos e os novos movimentos proletários e os liberais. O que ficou notório, outrossim, é o descontentamento crescente das classes desfavorecidas em toda Europa, inclusive na Grã-Bretanha e França, marcado pelo receio que tais incutiam nos governantes.

Desta forma, compilando todas as informações anteriores, segundo o historiador e sociólogo Fábio Metzger, sobre as ondas de revolução citadas por Hobsbawn:

Em 1820, ocorreu a primeira onda revolucionária, com a libertação de países latino-americanos do jugo espanhol, e revoltas na Itália, na Espanha e na Grécia. Em 1830, a segunda, ameaçando Estados liberais moderados, com guerras civis e revoltas populares. Essa seqüência de acontecimentos eliminou os últimos vestígios de feudalismo na Europa. E, em 1848, a terceira onda de revoluções tomou o continente como um todo, derrubando governos. Só que nenhum dos governos rebeldes que assumiram o poder sobreviveria por muito tempo. No fim das contas, triunfou a organizada articulação dos liberais.

Após 1830, inicia-se a desintegração do movimento revolucionário europeu em segmentos nacionais, que dá lugar a uma mentalidade voltada a fraternidade totalizante e a liberdade mútua. Estes novos movimentos mais uma vez configuravam-se como consequência da “revolução dupla”, envolvendo, a partir de então, os proprietários menores ou pequena nobreza inferior. Surge, assim, uma classe média que conta com o apoio dos intelectuais profissionais que, por sua vez, emerge em conjunto ao progresso das escolas e universidades. Tal acontecimento, insuflou ao aumento notável do número de pessoas instruídas e no consequente avanço científico.

Outros movimentos que também merecem destaque, segundo Hobsbawn, são aqueles referentes às revoltas populares contra o domínio estrangeiro, embora não possam ser classificados como nacionalistas modernos. Entretanto, mesmo com relação aos movimentos revolucionários anteriores, não se pode afirmar que possuissem um caráter socialista ou mesmo voltado à democracia radical, prevalecendo ainda os interesses das classes dominantes.

É importante que se saliente a este ponto que o feudalismo estava erradicado da França desde a Revolução Francesa, bem como seria eliminado de outras regiões, como a Alemanha, Países Baixos e Suiça por obra dos consquistadores franceses. As conquistas liberais e o incentivo de pensadores também acabaram por invadir as regiões adjacentes, levando também ao banimento de tal sistema e da sociedade aristocrática, mesmo que em tempos diversos. As mudanças nas relações agrárias, por exemplo, foram influenciadas pela Revolução Francesa, no entanto, a utilização racional da terra já havia impressionado aos déspostas esclarecidos do período pré-revolucionário, sendo portanto, anterior ao evento francês. Da mesma maneira, consolidou-se a economia industrial, iniciada pela Inglaterra e firmada em 1848 neste país, de forma gradual e lenta, em muitos casos.

Assim, enquanto a industrialização atingia índices vertigionosos na Inglaterra, em outras regiões, como a França parecia caminhar a passos lentos. A verdade é que, diferentemente da Inglaterra, a economia capitalista francesa baseava-se nas estruturas do campesinato e da pequena burguesia – não direcionando capital para a indústria. Nos Estados Unidos, no entanto, a situação era diversa; enquanto na França existia o capital, este era escasso em terras americanas.Estes fatos demonstram claramente a maneira diversa como a industrialização se comportou nas diferentes regiões e nações.Baseado nas afirmações anteriores, o autor ressalta que a maior consequência destes processos seria a divisão dos blocos entre países desenvolvidos e subdesenvolvidos.

Os efeitos causados pela “dupla revolução” não se restringiram apenas ao âmbito político e econômico, causaram também modificações drásticas na sociedade da época. A sociedade aristocrática sendo devastada, também levou consigo os seus padrões e suas visões, abrindo espaço para uma nova forma burguesa de cultura, pensamento e coletividade. A arte e a cultura em geral ganham um impulso que, entretanto, não a tornou acessível para as massas desfavorecidas. As últimas apoiavam sua cultura especialmente nas manifestações populares (como o folclore), mantendo-se praticamente inalteradas de 1789 até 1830, e sendo colocadas à parte de outras classificações da arte. Mesmo os artistas do período, em especial os românticos, possuíam clara aversão às classes superiores, porém, nem sempre este antagonismo revelava-se na prática.

Referências

A colonização inglesa na América do Norte. Disponível em: < http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=145>. Acesso em: 06.Set.2011.

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< http://www.cienciamao.usp.br/dados/t2k/_historiadobrasil_histb7.arquivo.pdf>. Acesso em: 06.Set.2011.

Dominação Inglesa. Disponível em:

< http://www.professorgilbert.com.br/interno.php?id=264>. Acesso em: 06.Set.2011.

Colonização inglesa. Disponível em:

< http://www.brasilescola.com/historiag/colonizacao-inglesa.htm>. Acesso em: 06.Set.2011.

As haciendas. Disponível em:

< http://www.brasilescola.com/historia-da-america/as-haciendas.htm>. Acesso em: 06.Set.2011.

Colonização espanhola. Disponível em:

< http://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/colonizacao-espanhola.htm>. Acesso em: 06.Set.2011.

Imagens

1. A Era das Revoluções. Disponível em:

< http://i.s8.com.br/images/books/cover/img9/25889.jpg>. Acesso em: 13.Set.2011.

2. Ação dos espanhóis sobre os indígenas. Disponível em:

< http://mundoeducacao.uol.com.br/upload/conteudo_legenda/c15813ea24b307f771bc0fcee3dc57a9.jpg>. Acesso em: 06.Set.2011.

3. Antiga hacienda mexicana. Disponível em: < http://www.brasilescola.com/upload/e/Hacienda%20-%20BRASIL%20ESCOLA.jpg>. Acesso em: 06.Set.2011.

4. Colonos ingleses na América. Disponível em: < http://3.bp.blogspot.com/_uZ36BDz9F6g/S6QAQDEck5I/AAAAAAAAAgc/nHlnNpP9HVY/s1600/t045175b6zc.jpg>. Acesso em: 06.Set.2011.

As diferenças entre as condições de trabalho entre a América inglesa e a América espanhola

 

Introdução

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A busca incessante por metais preciosos, bem como pedras, influenciou drasticamente a economia européia, favorecendo especialmente a Inglaterra e à Revolução Industrial nascente nesta nação. Desta forma, tal exploração impulsionou ao capitalismo comercial e industrial da Europa, promovendo a acumulação primitiva de capitais. Esta explosão econômica, bem como a grande circulação de moeda, gerou um importante processo de inflação, pontuado em especial na Espanha. E, em relação aos países ibéricos, esta exploração mineradora e agroexportadora (como no caso do Brasil) foi determinante no panorama da colonização.

Quanto à colonização inglesa na América, todavia, o processo de ocupação deu-se de maneira mais lenta e descontínua. Pontua-se também, a este ponto, uma presença do Estado Inglês mais tênue, sob certos pontos de vista, na América.

As diferenças entre as condições de trabalho entre a América

inglesa e a América espanhola

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O fator extração de metais foi, por muitas ocasiões, a explicação dada ao tipo de colonização praticada na América Latina, enquanto a ausências destas riquezas em solo colonial inglês – especialmente nos Estados Unidos – fomentou a colonização voltada ao povoamento. Entretanto, é certo que, a colonização praticada por Portugal e Espanha valorizava ao enriquecimento através da exploração mineral, mas, por outro lado, no entorno desta mineração, formava-se uma estrutura social distinta da metrópole. Ou seja, ainda que esta exploração de metais tenha sido relevante, é preciso se ressaltar que às margens desta germinam as vilas, o comércio, as vias de acesso e escoamento destes.

Por outro lado, a exploração mineradora na América espanhola deu-se inicialmente baseada na iniciativa privada, assim como, apoiada em técnicas rudimentares. Os indígenas utilizados em tal empreita rarearam gradativamente, até ao ponto que a ausência de mão-de-obra, aumentou o preço do trabalho.

Quanto aos objetivos gerais da política mercantilista praticada na América pela nações ibéricas, segundo o site Ciência à Mão:

Esses objetivos eram impulsionar as atividades comerciais e garantir um fluxo de metais preciosos que favorecessem o fortalecimento econômico e político dos respectivos reinos. Não foi, portanto, por acaso que as Coroas ibéricas se preocuparam em estabelecer regras rígidas na relação com as suas colônias. O exclusivo comercial, o controle dos portos, o combate ao contrabando, as limitações à produção de manufaturados e à circulação de idéias e ainda as exigências fiscais e administrativas constituíram um conjunto de medidas representativas do pacto colonial. Dessa maneira, o açúcar brasileiro e o ouro e a prata das colônias espanholas representaram o ponto de partida para a formação do sistema colonial mercantilista na América, que integrou também algumas colônias francesas e inglesas, especialmente nas Antilhas.

Disponível em: <http://www.cienciamao.usp.br/dados/t2k/_historiadobrasil_histb7.arquivo.pdf>. Acesso em: 06. Set.2011.

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Na mesma medida em que a mineração na América espanhola crescia e consequentemente a mão-de-obra necessária, tornou-se necessária a criação de uma estrutura que pudesse sustentá-la. Surgem, assim, as haciendas. Estas, em uma primeira observação, muito se assemelhavam à plantation que se implantara no Brasil. Entretanto, a utilização da mão de obra escrava – à exceção de Cuba – era bastante reduzida se comparada ao modelo lusobrasileiro. Fato este facilmente explicável graças ao oneroso valor do escravo africano se comparado à abundância e facilidade do trabalho indígena.

Ainda quanto ao trabalho indígena, é necessário salientar-se que este também era utilizado em larga escala na empreita mineradora. Sobre a aspereza do trabalho indígena nas minas, ainda no site Ciência à Mão:

O trabalho é duro: o índio passa oito horas na mina, mas as dimensões da galeria só permitem quatro horas de trabalho por trabalhador.(...) O trabalho é insano: o que ameaça o índio que trabalha no fundo, a curto prazo, é a pneumonia, ao sair do calor da mina e encontrar-se nessa montanha exposta ao vento, a 4.000 metros de altitude (...). Não se deve acreditar que o trabalho forçado seja gratuito; não é uma escravidão. O mitayo (...), isto é, o requisitado, tem direito a um jornal em prata com o qual deve alimentar-se (...).

Disponível em: <http://www.cienciamao.usp.br/dados/t2k/_historiadobrasil_histb7.arquivo.pdf>. Acesso em: 06. Set.2011.

E, em apoio às citadas haciendas (e por conta destas), o comércio surge como ponto determinante. Era imprescindível ao homem de bens da época, manter um estilo de vida europeu e supostamente digno e, desta forma, o comércio era capaz de manter supridas as necessidades que não poderiam ser atendidas na hacienda. Pode-se notar, assim, a ligação estabelecida entre mineradores, fazendeiros e artesãos e sua interdependência. Percebe-se com clareza, desta maneira, que a exploração mineradora não era a única faceta econômica que impulsionava a América Hispânica.

No tocante à Inglaterra, em primeira instância, nota-se o caráter tardio do processo de colonização, a forma espontânea da ocupação das regiões e as especificidades geográfico-climáticas do espaço norte-americano. Outro ponto a ser destacado é a posterior formação do "Comércio Triangular", ou seja, a cana e melado, obtidos nas Antilhas, eram utilizados para obtenção do rum nas colônias, este era negociado na África em troca de escravos que, por sua vez, eram vendidos nas Antilhas. Estabelecia-se uma rota contínua de comércio, com a aquisição de grandes dividendos.

Porém, grandes diferenças também permearam a forma de colonização e economia no amplo território norte-americano. Ao Norte, as pequenas propriedades, baseadas no trabalho familiar predominavam com a produção voltada à subsistência e seu excedente, aos mercados regionais. A pirâmide social estratificou-se, composta por grandes comerciantes, pequenos proprietários rurais, pequenos negociantes, artesãos e, por fim, os trabalhadores braçais.

Sobressai ainda o fator religioso, marcado pela presença dos puritanos nesta região, como determinante para que grande parte da população de trabalhadores fosse assalariada. Dentro das crenças dos praticantes desta visão religiosa, a ascenção social era uma benção divina, assim como o trabalho uma forma de se chegar a esta suposta predestinação. E visto, além disso, por esta perspectiva, o trabalho escravo era algo supérfluo e, muitas vezes, dispensável.

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No Norte, ainda que as condições geográficas impedissem a presença de uma atividade agrícola voltada aos grandes mercados, as mesmas condições, enquanto favoráveis à implantação de portos, impulsionou ao comércio marítimo. Assim, esta mesma formação de portos favoreceu a implantação de estaleiros que, por sua vez, subsidiaram o sucesso do “Comércio Triangular”.

Por outro lado, o Sul, com seu espaço geográfico entrecortado por rios navegáveis, clima mais ameno e solo fecundo estimulou a implantação de grandes latifúndios que cultivavam ao tabaco, índigo, arroz e algodão. Ainda que, a princípio o trabalho tenha se fundamentado na produção familiar e na servidão por contrato, esta deu lugar, com o crescimento das propriedades, ao trabalho escravo do africano.

Diferentemente dos colonos do Norte, os sulistas em sua maioria eram anglicanos, além de uma minoria católica, não compartilhando, portanto, do mesmo consenso acerca do trabalho como forma de se alcançar a predestinação da ascenção social. Ressalta-se também que apesar de existir uma maior tolerância religiosa ao Sul, as diferenças sociais, todavia, eram mais evidentes, pontuado pela presença de escravos e descendentes.

Quanto às colônias centrais, o Prof. Gilbert Batsanev, coloca:

As últimas colônias a surgir na América inglesa foram as centrais, localizadas entre a Nova Inglaterra e as colônias sulistas, numa área na qual já existiam núcleos criados por holandeses, franceses, alemães, e suecos. As colônias do centro – Nova York, Nova Jersey, Pensilvânia, Delaware, Maryland – souberam mesclar o dinamismo da nova Inglaterra com a tolerância religiosa das terras meridionais.

Assim, nas planícies irrigadas por chuvas abundantes da região central, desenvolveram-se atividades semelhantes às das colônias do norte, tais como a policultura e a criação de gado. Ali também prosperaram a atividade manufatureira e um comércio de âmbito local e regional. Isso fez surgir importantes centros urbanos e, com eles, uma sociedade caracteristicamente urbana como a da Nova Inglaterra. Mas era uma sociedade mãos cosmopolita e tolerante do que a nortista.

O povoamento teve início com a fundação em 1681, das colônias da Pensilvânia e de Delaware por Willian Penn, que incentivou a vinda de imigrantes de todas as crenças e nacionalidades. A sede da Pensilvânia era a cidade de Filadélfia, conhecida pelo seu planejamento urbanístico e pelo movimentado comércio marítimo.

Disponível em: < http://www.professorgilbert.com.br/interno.php?id=264>. Acesso em: 06. Set.2011.

No entanto, como características compartilhadas entre as diversas regiões da América inglesa, pode se afirmar que, diferentemente da visão desonrosa ou vexatória do trabalho partilhada por espanhóis e portugueses, este era glorificado por ingleses. Este último pensamento derivava-se do ideário burguês voltado à laboração e consequente enriquecimento, além da forte presença religiosa dos protestantes, com especial destaque aos calvinistas.

Além disso, o trabalho assalariado e livre atingiu um índice de 2/3 da população que, possuía grandes possibilidades de mobilidade social, assim como salários mais altos do que na própria Inglaterra. Todavia, o custo de vida na colônia também era bastante oneroso, graças aos altos preços praticados na compra de produtos manufaturados e gêneros de primeira necessidade. Também é sublinhado no período, as más condições de trabalho, bem como, a existência do trabalho servil.

O trabalho servil, ou seja, aquele isento de remuneração e forçoso, caracterizado por ser a troco apenas de alimento e cama, foi uma das principais formas de trabalho na América inglesa. Por muitas vezes, a vinda para a América era negociada em troca de um período de até sete anos de trabalho servil, sujeito a castigos físicos. Mesmo crianças poderiam se enquadrar dentro do trabalho como servos, estando sujeitos a este até os 21 anos.

Entretanto, o trabalho escravo passou a ganhar maior proporção, na medida em que, por exemplo, as fazendas do Sul tornavam-se maiores e mais prósperas, assim como o comércio no Norte consolidava-se. Para tanto, ao final do período colonial, às vésperas da Independência dos Estados Unidos, a população negra somava um percentual de mais de 20% no território, concentrados em sua maioria na região Sul.

Referências

A colonização inglesa na América do Norte. Disponível em: < http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=145>. Acesso em: 06.Set.2011.

A colonização espanhola e inglesa na América. Disponível em:

< http://www.cienciamao.usp.br/dados/t2k/_historiadobrasil_histb7.arquivo.pdf>. Acesso em: 06.Set.2011.

Dominação Inglesa. Disponível em:

< http://www.professorgilbert.com.br/interno.php?id=264>. Acesso em: 06.Set.2011.

Colonização inglesa. Disponível em:

< http://www.brasilescola.com/historiag/colonizacao-inglesa.htm>. Acesso em: 06.Set.2011.

As haciendas. Disponível em:

< http://www.brasilescola.com/historia-da-america/as-haciendas.htm>. Acesso em: 06.Set.2011.

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< http://mundoeducacao.uol.com.br/historia-america/colonizacao-espanhola.htm>. Acesso em: 06.Set.2011.

Imagens

1. Colonização inglesa. Disponível em:

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2. Ação dos espanhóis sobre os indígenas. Disponível em:

< http://mundoeducacao.uol.com.br/upload/conteudo_legenda/c15813ea24b307f771bc0fcee3dc57a9.jpg>. Acesso em: 06.Set.2011.

3. Antiga hacienda mexicana. Disponível em: < http://www.brasilescola.com/upload/e/Hacienda%20-%20BRASIL%20ESCOLA.jpg>. Acesso em: 06.Set.2011.

4. Colonos ingleses na América. Disponível em: < http://3.bp.blogspot.com/_uZ36BDz9F6g/S6QAQDEck5I/AAAAAAAAAgc/nHlnNpP9HVY/s1600/t045175b6zc.jpg>. Acesso em: 06.Set.2011.